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Ecologistas denunciam maior presença do setor de energia fóssil na COP27

09.nov.2022 - Evento COP27 acontece no Egito - MOHAMMED SALEM/REUTERS
09.nov.2022 - Evento COP27 acontece no Egito Imagem: MOHAMMED SALEM/REUTERS

10/11/2022 08h43Atualizada em 10/11/2022 09h45

Organizações ambientais presentes na conferência do clima da ONU (COP27) lamentaram, nesta quinta-feira (10), que a presença do setor de energias fósseis no encontro tenha aumentado em relação às edições anteriores.

"636 lobistas de energias fósseis, afiliados a alguns dos maiores poluidores de petróleo e gás, se inscreveram para as negociações climáticas na COP27", afirma um comunicado da Global Witness e de outras organizações.

Isso representa um aumento de mais de 25% em relação à COP26, realizada em Glasgow, há um ano.

O maior contingente é dos Emirados Árabes Unidos, que sediará a COP28 em 2023, seguido da Rússia.

De acordo com essas ONGs, a COP tem mais lobistas do setor do que o total de representantes de dez dos países mais afetados pela mudança climática.

"Há grandes delegações da indústria de petróleo e gás. Alguns até fazem parte de delegações nacionais, e há governos dos países do Norte que vêm buscar oportunidades de petróleo e gás na África, com grandes delegações", disse à AFP Thuli Makama, da Oil Change International.

"Os países africanos estão, por sua vez, representados por um punhado de autoridades de cada país", acrescentou.

A COP27 reuniu cerca de 45 mil pessoas, conforme dados da Presidência egípcia, anfitriã do evento.

Assim como nas edições anteriores, a COP27 é palco de centenas de reuniões e seminários abertos a todos os participantes, cujo tema, praticamente exclusivo, é a ameaça da mudança climática e as alternativas para enfrentar esse fenômeno - em particular, a transição energética.