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China encerra exercícios militares perto de Taiwan após praticar bloqueio e ataques de precisão

A China anunciou os exercícios no sábado, depois que a presidente de Taiwan voltou a Taipé após uma reunião em Los Angeles com o presidente da Câmara dos Deputados dos EUA. - GREG BAKER / AFP
A China anunciou os exercícios no sábado, depois que a presidente de Taiwan voltou a Taipé após uma reunião em Los Angeles com o presidente da Câmara dos Deputados dos EUA. Imagem: GREG BAKER / AFP

Ben Blanchard e Yimou Lee

Em Taipé, Taiwan

10/04/2023 09h06

A China encerrou três dias de exercícios militares em torno de Taiwan nesta segunda-feira, afirmando ter testado capacidades militares integradas em condições reais de combate, tendo praticado ataques de precisão e bloqueio à ilha que Pequim vê como sua.

A China anunciou os exercícios no sábado, depois que a presidente de Taiwan, Tsai Ing-wen, voltou a Taipé após uma reunião em Los Angeles com o presidente da Câmara dos Deputados dos Estados Unidos, Kevin McCarthy.

A China nunca renunciou ao uso da força para colocar a ilha sob seu controle. O governo de Taiwan contesta fortemente as reivindicações da China e condenou os exercícios.

Os militares chineses disseram que "concluíram com sucesso" os exercícios e "testaram de forma abrangente" as capacidades de várias unidades em condições reais de combate.

"As tropas na operação estão prontas para lutar a qualquer momento, esmagando resolutamente qualquer forma de separatismo pela independência de Taiwan e interferência estrangeira", disse o Exército de Libertação do Povo em um comunicado.

A televisão estatal chinesa informou nesta segunda-feira que aeronaves, incluindo bombardeiro H-6 com capacidade nuclear armado com mísseis reais, e navios de guerra realizaram exercícios para "formar uma situação de bloqueio multidirecional que abrange uma ilha".

O Comando Oriental disse que o porta-aviões Shandong também participou de patrulhas de combate e mostrou caças decolando de seu convés.

Taiwan tem rastreado o Shandong desde a semana passada no Oceano Pacífico.

O Ministério da Defesa de Taiwan publicou um mapa nesta segunda-feira das 24 horas anteriores de atividades da força aérea chinesa. O mapa mostrou quatro caças J-15 chineses baseados em porta-aviões operando sobre o Oceano Pacífico a leste de Taiwan.

O ministério disse que até o meio da manhã desta segunda-feira havia avistado 59 aeronaves militares e 11 navios em Taiwan, e que o grupo do porta-aviões Shandong estava realizando exercícios no Pacífico Ocidental.

O Shandong conduziu operações aéreas em águas próximas às ilhas de Okinawa, no Japão, no domingo, informou o Ministério da Defesa do Japão nesta segunda-feira.

O Japão há muito se preocupa com as atividades militares da China na região, dada a proximidade das ilhas do sul do Japão com Taiwan.

A ilha de Okinawa, no sul do Japão, abriga uma importante base da força aérea dos EUA e, em agosto passado, quando a China organizou jogos de guerra para protestar contra a visita da então presidente da Câmara dos Deputados dos EUA, Nancy Pelosi, a Taipé, mísseis chineses atingiram a zona econômica exclusiva do Japão.

A União Europeia também expressou preocupação na segunda-feira, dizendo que o status de Taiwan não deve ser alterado pela força, e que qualquer escalada, acidente ou uso da força teria enormes implicações globais.

Os Estados Unidos disseram que estão acompanhando de perto os exercícios da China.