Aumento de atos antissemitas na França preocupa governo; 20 pessoas foram presas

Um aumento dos atos antissemitas foi constatado na França desde o ataque do Hamas a Israel no sábado (7). O ministro do Interior francês, Gérald Darmanin, mencionou nesta quarta-feira (11)  "vinte detenções" após atos e ameaças antissemitas no país. 

 

"É importante que todos os franceses de fé judaica saibam que estão protegidos", disse Gérald Darmanin", em visita a uma escola judaica em Sarcelles, uma cidade satélite ao norte de Paris, conhecida como "pequena Jerusalém", devido ao número importante de moradores judeus.  

No total, cerca de 50 "atos antissemitas", algumas vezes "bastante graves", foram registados na França desde o ataque a Israel pelo Hamas no sábado, disse esta terça-feira (10) o ministro do Interior.

São "pessoas que vão às sinagogas, em grande número, que gritam ameaças (...) Drones que entram nos pátios das escolas com uma câmera. Mas também slogans, pichações, cartas ameaçadoras", enumerou o ministro do Interior.

"Foram mil denúncias antissemitas em 48 horas feitas à polícia. Sem dúvida, o número é maior na Internet. Para cada uma delas, o ministro da Justiça pediu ao Ministério Público que abrisse uma investigação", acrescentou o ministro, referindo-se a um comunicado enviado ao Ministério Público. 

O ministro da Justiça francês, Éric Dupond-Moretti, pede "firmeza" diante dos discursos que legitimam esses ataques, que constituem uma "apologia ao terrorismo", de acordo com ele. 

Mais de 700 alertas na internet

Em entrevista a um programa de tevê francês, Darmanin informou que desde sábado a segurança em torno de locais de culto e estabelecimentos de ensino judaicos, em várias cidades de França foi reforçada. "Há hoje 10.000 policiais que protegem 500 lugares", acrescentou o ministro do Interior.

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No fim de semana, a plataforma de denúncias sobre conteúdos ilícitos na internet, Pharos, recebeu "mais de 700 relatos" de comentários que glorificam o terrorismo ou incitam ao ódio racial na rede. Entre elas, "44 já foram levadas à justiça", afirmou Darmanin.

Ele alertou que se reservava a possibilidade de "iniciar processos de dissolução" de organizações envolvidas, independentemente do caráter "dessas estruturas". "Temos recebido de colectivos, de associações, por vezes de partidos políticos, comentários absolutamente desprezíveis apelando ao ódio, à intifada, à apologia do terrorismo", disse, sem citar nomes.

A comunidade judaica na França é estimada em 500.000 pessoas, concentradas principalmente nas grandes cidades como Paris, Marselha, Lyon, Nice, Estrasburgo e Toulouse. O país fica atrás apenas dos Estados Unidos em número judeus fora de Israel. 

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