Avaliação médica de jurado definirá amanhã se júri do Carandiru será cancelado
Uma equipe médica do Tribunal de Justiça de São Paulo avaliará nesta quinta-feira (18) um dos jurados do júri de policiais militares do massacre do Carandiru para dizer se ele está apto ou não a prosseguir no Conselho de Sentença. É a partir dessa avaliação que será anunciada a retomada ou o cancelamento do julgamento, que começou na última segunda-feira (15) no Fórum Criminal da Barra Funda (zona oeste de SP), mas foi suspenso hoje devido a um mal estar do jurado.
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A informação foi divulgada hoje à tarde pelo juiz do caso, José Augusto Nardy Marzagão, segundo o qual a situação “não é grave”, mas depende da análise dos médicos amanhã. Se ele não tiver condições de retornar ao plenário, o Conselho de Sentença terá que ser dissolvido e novo júri precisará ser marcado --com novo depoimento das testemunhas que já falaram.
O juiz falou com a imprensa por volta das 16h30, mais de sete horas após a previsão de início da sessão de hoje do júri. Marzagão não especificou qual o mal estar do jurado. "Seria leviano da minha parte dizer qual seria a enfermidade", destacou, pouco depois de mencionar que o jurado "não demonstrou qualquer tipo de sintoma a mim".
“Cheguei pela manhã, fui conversar com os jurados e percebi que um deles não estava se sentido muito bem. Como isso tinha ocorrido em outra ocasião, por precaução solicitei equipe médica, que recomendou que ele fosse ao ambulatório. Os médicos disseram que ele teve um mal estar e precisa de repouso”, disse o juiz.
De acordo com o magistrado, porém, a situação “não significa que há uma gravidade”. “Se fosse assim, o júri seria cancelado, como foi em 8 de abril”, citou.
Indagado se se sente frustrado por uma suspensão ocorrida por razões semelhantes às que ensejaram, há pouco mais de uma semana, um adiamento do júri, Marzagão respondeu: “De forma alguma. Acreditamos que ele vá se restabelecer e voltaremos com os trabalhos, mas seria uma grande irresponsabilidade colocar em risco a saúde do jurado”, declarou, para concluir: “Se for necessário cancelar o júri, ele será cancelado, mas não é o nosso desejo”, ressalvou o juiz, lembrando que, se a hipótese se tornasse realidade, “todo o tranalho seria perdido”.
Na segunda e na terça, ao todo, 11 testemunhas de acusação (cinco) e defesa (seis) depuseram, entre as quais, sobreviventes do massacre, por parte da promotoria, e o ex-governador de São Paulo, Luiz Antonio Fleury Filho, pelos PMs. Hoje, seria feita leitura de peças do processo e teria início o depoimento de réus --quatro dos 26 (24 estão presentes ao júri) falariam.
A previsão do magistrado é que, se retomado nesta quinta, o julgamento seja encerrado até sexta-feira (19).
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