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Autor dos massacres na França morreu com um tiro na cabeça, diz procurador

Membros das forças especiais da polícia francesa se preparam para a invasão da casa de Mohamed Merah, 23, autor dos assassinatos na escola judaica em Toulouse, na França - EFE
Membros das forças especiais da polícia francesa se preparam para a invasão da casa de Mohamed Merah, 23, autor dos assassinatos na escola judaica em Toulouse, na França Imagem: EFE

Do UOL, em São Paulo

22/03/2012 11h47Atualizada em 22/03/2012 13h18

O assassino confesso de sete pessoas em Toulouse e Montauban, no sul da França, morreu ferido por um disparo na cabeça. A informação foi divulgada nesta quinta-feira (22) em entrevista coletiva pelo procurador-geral de Paris, François Molins, que investiga os atentados terroristas cometidos por Mohammed Merah. Na quinta de manhã, Merah morreu durante operação do RAID, unidade de elite da polícia francesa.

O cerco ao apartamento de Merah durou mais de 30 horas. Por volta das 10h30 no horário local, ele se escondeu no banheiro do apartamento e a polícia decidiu entrar. Molins disse que os policiais foram recebidos a tiros, e que Merah tinha consigo um colete à prova de balas e um arsenal de coquetéis molotov. Mais cedo, havia sido divulgado apenas que Merah tinha pulado pela janela; depois, ficou confirmado que ele foi atingido por um tiro antes de cair.

O procurador-geral insistiu que os agentes fizeram o possível para capturar Merah vivo e atuaram em legítima defesa. Ainda segundo ele, cinco policiais saíram feridos da operação.

Assista à ação da polícia francesa em frente à casa do suspeito

Em nota oficial, o presidente francês Nicolas Sarkozy cumprimentou os policiais envolvidos na operação. Pouco depois, fez um apelo à unidade nacional  em um pronunciamento no rádio e na TV.

Merah, 23, é francês de origem argelina. Segundo Claude Guéant, ministro do Exterior francês, ele teria dito que aceitou “uma missão geral para cometer um atentado”. Na coletiva desta quinta, o procurador François Molins afirmou que Merah gravou os três ataques em que matou sete pessoas, nas cidades de Toulouse e Montauban, no sudeste da França. Em um deles, de acordo com o procurador, pode-se ouvir o atirador dizer: "Vocês mataram meus irmãos, eu vou matar vocês".

Cerco

Por várias vezes durante o cerco, que durou quase 32 horas, Merah prometeu se entregar, mas não o fez. Em certo momento, ele "disse que não queria se entregar e que mataria os policiais se fosse atacado", reportou Gueant à imprensa, logo após a ação policial.

Diante disso, o RAID tomou a decisão de invadir a casa. Por volta das 11h30, hora local, ouviu-se do lado de fora do prédio uma intensa troca de tiros. "Não havia indícios de que Merah estava vivo. Quando tentamos entrar no banheiro com uma câmera, para constatar algum sinal dele, Merah saiu atirando", completou Gueant. Segundo ele, um oficial da polícia comentou que nunca havia visto um suspeito reagir com tamanha violência.

Durante a noite de quarta-feira (21), também foram ouvidas explosões e tiros dentro do prédio.

Ataques em Toulouse e Montauban

Merah é suspeito de ter matado um professor, seus dois filhos e um adolescente na manhã da segunda-feira passada (19). Várias outras pessoas também ficaram feridas após disparos em frente a uma escola judaica em bairro residencial da cidade de Toulouse, no sudoeste da França.

No dia 11 de março, o suspeito teria matado um soldado de origem magrebina em Toulouse. No dia 15, atirou em três soldados do regimento de paraquedistas na cidade vizinha de Montauban --dois de origem magrebina e o terceiro de origem caribenha-- matando dois e ferindo um gravemente.

Informações foram obtidas através de vídeos de vigilância, testemunhos de sobreviventes e de contatos entre o assassino e sua primeira vítima, de 11 de março, então os investigadores foram capazes de reconstituir parte do percurso do assassino desde o dia 6 de março, quando Merah roubou a scooter que foi utilizada até o último ataque, na segunda-feira.

Cerca de 200 agentes especializados foram deslocados para a região para buscar o suspeito. Num período de 14 dias, Merah agiu a cada quatro dias, sempre utilizando uma scooter e duas armas calibre 9 mm e 11.43, além de um capacete para evitar ser reconhecido.

Suspeito diz que agia pela Al Qaeda

E, a cada assassinato, o criminoso disparava na cabeça das vítimas, "à queima roupa", destacou o promotor de Paris Francois Molins, responsável por esta investigação de terrorismo classificado. Moulins o descreveu como um indivíduo "extremamente determinado, com muito sangue frio e com alvos extremamente definidos". 

Novo ataque

O presidente francês Nicolas Sarkozy afirmou a representantes da comunidade judaica que o suspeito pretendia executar um novo ataque.

Fontes policiais informaram que haviam encontrado explosivos no carro de um dos irmãos de Merah, segundo a investigação, também comprometido com a ideologia salafista.
(Com agências internacionais)