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Coreia do Sul acredita que Coreia do Norte fará novo teste nuclear em breve

Do UOL, em São Paulo

08/04/2013 00h59Atualizada em 08/04/2013 08h17

O ministro da Unificação da Coreia do Sul, Ryoo Kihl-jae, afirmou nesta segunda-feira (8), na Assembleia Nacional de Seul, que é "muito provável" que a Coreia do Norte faça em breve um novo teste nuclear.

Embora o ministro não tenha dado detalhes para basear sua teoria, uma fonte do governo da Coreia do Sul, citada hoje pelo jornal "Joongang", informou que recentes imagens de satélite monitoradas em Seul indicam que o país vizinho está realizando preparativos para seu quarto teste atômico.

Kim Jang-Soo, principal assessor de segurança nacional da presidente sul-coreana Park Geun-Hye, disse que um teste de lançamento ou outra provocação podem acontecer antes ou depois da próxima quarta-feira (10), data que a Coreia do Norte sugeriu aos diplomatas para que abandonem Pyongyang.

"Não há sinais de uma guerra em grande escala agora, mas o Norte terá que se preparar para executar represálias no caso de uma guerra local", disse Kim.

Diplomatas temem que a retórica tenha criado uma situação que pode ficar fora de controle, e o governo americano adiou um teste de míssil balístico intercontinental.

Washington adiou um teste do Minuteman 3, míssil balístico intercontinental de ogivas nucleares, que seria disparado na próxima semana da base aérea de Vandenberg, na Califórnia.

Segundo uma fonte do governo americano, o secretário de Defesa, Chuck Hagel, decidiu remarcar o teste para o mês que vem, devido a preocupações de que o lançamento "pudesse ser mal interpretado por alguns como uma intenção de exacerbar a crise atual com a Coreia do Norte".

"Queremos evitar uma má interpretação ou manipulação", disse a fonte, antes de completar, no entanto, que Washington está decidido a testar seus mísseis balísticos intercontinentais "para garantir um arsenal nuclear seguro e eficaz".

Além disso, Seul e Washington anularam uma importante reunião prevista para 16 deste mês entre o general Martin Dempsey, comandante do Estado-Maior Conjunto americano, e seu colega sul-coreano, o general Jung Seung-Jo.

A agência "Yonhap" destacou que o Sul temia uma possível provocação norte-coreana na ausência do comandante das Forças Armadas.

Os diplomatas instalados em Pyongyang se reuniram no fim de semana para discutir sobre a advertência feita na sexta-feira (5) pelo regime norte-coreano: não garantir a segurança das missões diplomáticas na capital a partir do dia 10.

A maioria dos governos estrangeiros afetados deu a entender que não tem a intenção de retirar os funcionários, incluindo os sete países da União Europeia presentes na Coreia do Norte (Alemanha, Reino Unido, Suécia, Polônia, Romênia, República Tcheca e Bulgária).

A Coreia do Norte multiplicou as declarações belicosas depois que a ONU adotou novas sanções contra o país, em fevereiro deste ano, por um teste nuclear realizado pelo país. Também expressou irritação com as manobras militares conjuntas de Estados Unidos e Coreia do Sul em território sul-coreano.

Pyongyang deslocou recentemente um segundo míssil de médio alcance para a costa leste, aumentando as especulações sobre a possível preparação de um lançamento.

O míssil Musudan tem alcance de 3.000 km e seria capaz de atingir o Japão. Com uma carga leve, poderia viajar 4.000 km e, em tese, atingir Guam, uma ilha do Pacífico situada a 3.380 km da Coreia do Norte onde estão 6.000 soldados americanos.

"Ninguém deveria estar autorizado a precipitar no caos uma região, e com mais razão ainda o mundo inteiro, por egoísmo", declarou o presidente chinês, Xi Jinping, sem citar Coreia do Norte ou Estados Unidos.

A imprensa japonesa afirmou neste domingo que o ministro da Defesa, Itsunori Onodera, ordenará "em um ou dois dias" destruir qualquer míssil norte-coreano que siga para o arquipélago nipônico.

Empresas encerram atividades no complexo industrial

Um total de 13 empresas cessou suas operações no complexo industrial de Kaesong, único projeto em vigor entre as duas Coreias, por causa da restrição de Pyongyang ao acesso de funcionários sul-coreanos, informou nesta segunda-feira o ministério da Unificação de Seul.

O Ministério comunicou que outras nove empresas se somaram às quatro que já haviam suspendido seus trabalhos durante o fim de semana devido à falta de provisões.

Um total de 123 empresas sul-coreanas fabrica produtos no complexo com a mão-de-obra de 54 mil trabalhadores norte-coreanos. (Com Efe e AFP)