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Ataque da milícia Al Shabab mata 36 no Quênia; presidente promete "guerra"

Pessoas observam corpos de trabalhadores mortos pela milícia islâmica Al Shabaab em Koromey, no Quênia - Reuters
Pessoas observam corpos de trabalhadores mortos pela milícia islâmica Al Shabaab em Koromey, no Quênia Imagem: Reuters

Do UOL, em São Paulo

02/12/2014 11h19

Pelo menos 36 pessoas foram mortas nesta terça-feira (2) e várias outras ficaram feridas em um novo ataque da milícia somali islâmica Al Shabab perto da cidade de Mandera, no Quênia.

Quase 20 homens entraram à meia-noite em uma pedreira próxima à fronteira com a Somália, e abriram fogo contra as barracas dos operários.

Pelo menos 36 pessoas morreram, informaram a polícia e a Cruz Vermelha. Algumas vítimas foram degoladas; outras estão desaparecidas. As vítimas não eram muçulmanas.

"Nossa equipe está na região para ouvir depoimentos", afirmou a Cruz Vermelha queniana.

O porta-voz da Polícia Zipporah Mboroki confirmou os ataques, mas disse que um número preciso de vítimas será divulgado nas próximas horas.

Em pronunciamento na TV, o presidente queniano, Uhuru Kenyatta, disse que não irá "hesitar" na guerra contra a milícia islâmica. 

"Esta é uma guerra contra o Quênia e contra os quenianos", afirmou. "É uma guerra que todos devemos lutar."

Kenyatta afirmou ainda que o chefe da polícia, David Kimayo, está deixando o cargo. 

Implacável

O ataque foi reivindicado na Somália pelo Shabab, que reiterou que a organização será "intransigente, implacável e impiedosa" na luta contra o Quênia.

"Quase 40 cruzados do Quênia morreram em outro ataque bem-sucedido executado pelos mujahedines da brigada Saleh Nabhan em Koromei, nas proximidades de Mandera", afirma o porta-voz dos shebab, xeque Ali Mohamud Rage, em um comunicado.

O ataque é parte de "uma série de operações planejadas e executadas pelos mujahedines, como resposta à ocupação de terras muçulmanas pelo Exército queniano e suas atrocidades", completa Mohamud Rage.

"Nós continuaremos defendendo nossa terra e nosso povo contra esta agressão. Não faremos concessão alguma, seremos implacáveis com os infiéis", ameaçou o porta-voz.

Este atentado acontece dez dias depois que supostos militantes desse mesmo grupo terrorista somali interceptaram um ônibus no noroeste do Quênia e executaram 28 de seus 60 passageiros depois de identificá-los como não muçulmanos.

O Quênia é cenário de muitos ataques desde a intervenção de suas Forças Armadas contra os shebab no sul da Somália em 2011. As tropas das União Africana se juntaram depois à operação. Os islamitas sofreram várias derrotas e perderam muitos redutos no sul, mas em represália passaram a cometer atentados no Quênia. (Com agências internacionais)