Advogado entrega defesa de Demóstenes ao Conselho de Ética e fala em "ditadura do grampo"
O advogado do senador Demóstenes Torres (ex-DEM-GO) entregou no final da tarde desta quarta-feira (25) a defesa de seu cliente ao Conselho de Ética da Casa. Demóstenes é acusado de envolvimento com o empresário Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, preso desde fevereiro por suspeita de explorar jogos ilícitos e outros crimes.
Escutas da PF reproduzidas em reportagens de diversos veículos da imprensa levantam suspeitas de que o senador teria recebido presentes e favores do contraventor --que atua principalmente em Goiás, Estado do parlamentar--, além de participar do esquema ilegal e de intervir no Congresso em favor de Cachoeira. Outros políticos, como deputados federais e governadores, também são investigados por envolvimento no caso.
Depois de entregar a defesa do senador, o advogado Antônio Carlos de Almeida Castro afirmou que "há manipulação nessas conversas". "Existem alguns erros que podem significar uma alteração dessa mídia, o que é uma coisa bastante grave". Em sua opinião, vive-se no Brasil uma "ditadura do grampo telefônico".
Castro defendeu ainda que o processo contra Demóstenes não avance no Conselho de Ética: "Temos uma base jurídica que justifica que esse processo não tenha prosseguimento. Seria de bom alvitre que esperássemos o andamento da CPI para que só depois haja andamento junto ao conselho."
Hoje (25) era o último dia para que o parlamentar apresentasse seus argumentos sobre as denúncias. Com o documento, o relator da investigação, Humberto Costa (PT-PE), terá cinco dias para apresentar seu parecer. "Vou ler com calma [o documento] e dar meu parecer na reunião que, a princípio, está marcada para a próxima quinta-feira (3)", disse o parlamentar à Agência Brasil.
O conselho tem reunião agendada para amanhã (26). Ontem (24), foi feita uma sugestão ao relator para que já fizesse a leitura da defesa de Demóstenes na reunião desta quinta-feira, deixando para a próxima semana somente a apresentação do parecer e a votação.
Em seu relatório, Costa recomendará a absolvição ou a aplicação de punições a Demóstenes. Entre as penas estão desde uma advertência até a perda do mandato. Após isso, o relatório será votado pelo conselho. Se for decidido que o senador deve ser cassado, o pedido ainda terá que passar pelo plenário da Casa, em votação secreta.
Caso o Conselho de Ética acate a abertura de processo de cassação de Demóstenes Torres por quebra de decoro, o senador goiano poderá fazer sua defesa no plenário do colegiado para que debata diretamente com os parlamentares as denúncias que envolvem seu nome, bem como os argumentos apresentados na defesa escrita. Demóstenes, no dia de abertura dos trabalhos do conselho, compareceu à reunião e disse que no tempo oportuno estaria à disposição dos parlamentares para comparecer a uma sessão e debater o caso.
(Com Agência Brasil)
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