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Moro nega soltura de quatro executivos da Lava Jato

O presidente da construtora UTC, empresário Ricardo Pessoa - Marcos Bezerra/Futura Press/Estadão Conteúdo
O presidente da construtora UTC, empresário Ricardo Pessoa Imagem: Marcos Bezerra/Futura Press/Estadão Conteúdo

Do UOL, em Brasília

19/02/2015 13h46Atualizada em 19/02/2015 16h12

O juiz federal Sérgio Moro negou a soltura de quatro executivos acusados de participar do esquema de desvio de recursos públicos da Petrobras investigado pela operação Lava Jato. A decisão foi divulgada nesta quinta-feira (19) pela Justiça Federal do Paraná. No despacho, Moro decretou nova prisão preventiva contra os executivos, que já estão presos há três meses.

Os executivos que tiveram os pedidos de revogação de prisão negado pelo juiz foram João Ricardo Auler, Dalton dos Santos Avancini e Eduardo Hermelino Leite, da construtora Camargo Corrêa, e Ricardo Ribeiro Pessoa, da UTC. Os quatro foram presos na sétima fase da operação Lava Jato, em novembro de 2014.

Segundo o despacho do juiz, a nova decretação de prisão contra os executivos aconteceu porque ainda há “risco à ordem pública” e à “integridade da Justiça”. A prisão preventiva não tem prazo fixo de duração, ao contrário da prisão temporária, cujo prazo é de cinco dias. 

No despacho, o juiz federal afirma que o pagamento de propina pelas empreiteiras investigadas pela Polícia Federal e o Ministério Público foi mantido após o início da operação. “[É] necessário, infelizmente, advertir com o remédio amargo as empreiteiras de que essa forma de fazer negócios com a administração pública não é mais aceitável – nunca foi, na expectativa de que abandonem tais práticas criminosas."

A decisão de Moro acontece um dia depois de ele ter criticado, em outro despacho, os encontros mantidos por advogados de empreiteiras e executivos com o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo.

No último sábado (14), reportagem do jornal "Folha de S. Paulo" revelou que Cardozo manteve três encontros com advogados de réus da operação Lava Jato. Moro classificou o episódio como “intolerável”.