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Em pico de mortes, Brasil tem duas vacinas registradas e acordo com russa

09.mar.2021 - Fila na AMA Jardim Peri, na zona norte de São Paulo, com pacientes com suspeita de covid - Lucas Borges Teixeira/UOL
09.mar.2021 - Fila na AMA Jardim Peri, na zona norte de São Paulo, com pacientes com suspeita de covid Imagem: Lucas Borges Teixeira/UOL

Marcelo Oliveira

Do UOL, em São Paulo

12/03/2021 22h34

A pandemia no Brasil vive um pico de mortes, com média móvel semanal recorde de 1.761 mortes nos últimos sete dias e terceiro dia seguido com mais de 2.000 mortes registradas em 24 horas. Mas a vacinação ainda patina.

A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) concedeu hoje o registro definitivo à vacina da AstraZeneca, que vem sendo produzida pela Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz).

Esta é a segunda autorização do gênero no país. A vacina da Pfizer-Biontech obteve o registro em fevereiro, mas o país ainda não fechou a compra de nenhuma dose do imunizante.

Já a produção da Fiocruz deve ter um incremento em breve. O instituto disse ter recebido matéria-prima da China suficiente para fabricar 30 milhões de doses da vacina até o final de maio.

Vacina russa

O Ministério da Saúde anunciou a compra de 10 milhões de doses da vacina Sputnik V, mas apenas 400 mil serão entregues até abril.

O anúncio do governo federal ocorre um dia depois de o Consórcio dos Governadores do Nordeste anunciar a compra de 39 milhões de doses do imunizante e da notícia de que o ex-presidente Lula participou da negociação do acordo nordestino, a pedido do presidente russo, Vladimir Putin.

Em SP, falta de leitos iminente e recorde de mortes

O estado de São Paulo teve um novo recorde de mortes registradas em um só dia: 521.

Segundo o infectologista Marcos Boulos, do Centro de Contingência do Coronavírus de São Paulo, os leitos de UTI do estado podem acabar na segunda (15), dia em que as medidas de restrição serão ampliadas.

No campo judicial, a ministra Rosa Weber, do STF, cobrou explicações à AGU (Advocacia Geral da União) sobre o não cumprimento da ordem para o custeio de 3.822 leitos para São Paulo pela União (governo federal), que teria liberado apenas 564 leitos.

Filas de carros funerários em Foz; mais restrições em BH

Foz de Iguaçu, no Paraná, na tríplice fronteira com Paraguai e Argentina, registrou filas de carros funerários para retirar corpos de mortos por covid-19 no hospital de referência da cidade.

Em Belo Horizonte, o prefeito Alexandre Kalil anunciou o endurecimento das medidas de restrição locais.

No ABC paulista, onde há lockdown noturno, há altas nas internações e filas para exames.

Ao final do dia, cientistas brasileiros anunciaram o sequenciamento genético de uma possível nova variante do vírus Sars-CoV-2.