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'Facilitadores' organizam casa, comida e festa para turistas em Olinda

Facilitadores e a turma que levaram ao Carnaval de Olinda - Divulgação
Facilitadores e a turma que levaram ao Carnaval de Olinda
Imagem: Divulgação

Mateus Araújo

Colaboração para o UOL, em São Paulo

06/02/2019 04h00

Já pensou em viajar para conhecer o Carnaval de Olinda se hospedando em uma das casas do centro histórico, durante os quatro dias, com preços varáveis e tendo inclusos nesse pacote café da manhã e animação de sobra com um grupo bem agitado?

O que parece ser um anúncio de agência de turismo é, na verdade, a ideia de uma turma de amigos. Eles moram em São Paulo e decidiram se transformar em "facilitadores" da folia olindense para turistas.

"Somos apenas amigos que estão organizando o Carnaval para outros amigos. E sempre abertos a agregar mais amigos", diz o jornalista Marcos Guerra, um dos 11 integrantes do grupo, que vem se especializando em criar logística para passar a festa na cidade pernambucana.

"Este é o sexto ano que a gente vai para Olinda em grupo. Sempre juntando mais gente. A gente ficava mais espalhado, cada um buscava por si a casa. Mas, neste ano, a gente viu a necessidade de centralizar e organizar melhor", explica.

Os "facilitadores", como eles se chamam, vão organizar a viagem de mais de 200 pessoas. São seis casas, ao todo, alugadas no centro histórico de Olinda. Cada uma delas com um perfil diferente: da mais simples à mais confortável -em critérios que variam de mais ou menos hóspedes, com ar condicionado ou não, por exemplo.

Os preços pelo pacote de quatro dias vão de R$ 500 a R$ 800 (a hospedagem). "Cada um se adequa àquilo que pode pagar", diz o jornalista. Os foliões ainda ganham kit com camiseta padronizada e combinam uma fantasia coletiva.

A arquiteta Ana Maria Haddad vai desembolsar R$ 560 para ficar numa das casas do grupo. Esta é segunda vez que ela vai para o Carnaval em Olinda e recorre a hospedagens desse tipo.

"Da outra vez, fiquei no mesmo esquema de casa e me pareceu mais viável. Tenho amigas que ficaram em hostel e o mais chato era o deslocamento. O centro de Olinda fica muito cheio, então, se você fica longe dali, tem que se deslocar de ônibus ou de carro, o que é bem complicado nos dias de festa e gasta mais", explica. 

A comodidade, segundo ela, vem associada a outra vantagem: divertir-se no Carnaval com um grupo de amigos. "Nos últimos dois anos, fiquei em São Paulo, porque trabalhei em alguns dias. Claro, notei o quanto os bloquinhos daqui cresceram e ficaram mais animados, mas agora a possibilidade fácil da viagem com os amigos me fez pensar em curtir novamente o Carnaval no Recife", pontua. 

Cavalcanti nasceu em Olinda, mas mora em São Paulo há cinco anos. Desde 2017 não vai passar o Carnaval na cidade natal, mas neste ano decidiu ir. "Tenho uma tia com casa no sítio histórico, mas ela vai alugá-lo. Então, eu fiquei sabendo da casa do pessoal e resolvi ficar junto. Facilita muito a vida", diz. "Também não preciso ficar correndo atrás de casa e criar planilhas para saber quem pagou."

Os "facilitadores" garantem que dão um jeito de entrosar todo o mundo -antes mesmo da viagem. Nesse período de pré-Carnaval, organizam festas em São Paulo para que os foliões se conheçam e já se aproximem -uma delas aconteceu no último sábado, com direito a orquestra de frevo. "E um grupo tão grande que não conheço metade. Então, os encontros são legais para a gente já ir se conhecendo", afirma Pedro Cavalcanti. O que ajuda, inclusive, na paquera. "Ajuda demais. Já deu para sondar", brinca. 

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