O que fazer em Olinda? Veja o guia de blocos da cidade
Há dezenas de blocos desfilando pelas ruas de Olinda, no Carnaval. Até a prefeitura perde a conta, porque bastam uma batucada e gente atrás para virar bloco. Escolher quais seguir e organizar a agenda é que é um desafio (dos bons, claro) para os foliões: uns preferem bloco pequeno; outros querem acompanhar uma orquestra boa; há que goste de bloco que o povo vai fantasiado ou dos blocos mais famosos.
Agora imagina quem não é pernambucano ou vai pela primeira vez curtir o Carnaval por lá? Como faz para se organizar?
O UOL preparou uma lista, ou melhor, um Guia Prático e Festivo do Carnaval de Olinda --parafraseando o livro Guia Prático, Histórico e Sentimental do Recife, de Gilberto Freyre-- para ajudar um pouquinho a vida das pessoas.
O que fazer no sábado?
No Recife, a festa começa bem cedo. Às 9h, tem o desfile do Galo da Madrugada - que segundo o Guiness Book, é o maior bloco do mundo. São 30 trios elétricos, animando 2 milhões de pessoas, no centro da cidade (a concentração é no Forte das Cinco Pontas). Elba Ramalho, Fafá de Belém e Gaby Amarantos estão entre as atrações que cantam na festa.
Tem gente, no entanto, que prefere aproveitar o sábado de manhã nas ladeiras de Olinda, porque, segundo eles, é o dia mais vazio do Carnaval de lá - já que a maioria das pessoas está no Galo. A folia começa cedo. Às 8h, tem o Bloco da Lama, saindo do Mosteiro de São Bento, com todo mundo melado de lama, como sugere o nome.
Logo depois, às 9h, sai o Eu Acho É Pouco, na rua do Mercado da Ribeira. É um dos melhores blocos olindenses, com orquestra e batucada, nas cores vermelho e amarelo - a tradição deles é o tom político do desfile.
Depois, dá para parar, almoçar, recuperar o fôlego e descer e subir ladeiras atrás do Ceroula de Olinda, tradicional bloco da cidade. A agremiação sai às 16h - quando o sol está "mais frio", como dizem os pernambucanos - na rua do Sol.
E quem não cansa, segue frevando madrugada a dentro. É que à meia-noite, na Estrada do Bonsucesso, tem o desfile do Homem da Meia-Noite, o boneco gigante que é símbolo do Carnaval pernambucano.
O que fazer no domingo?
Exceto o Galo da Madrugada, a festa no Recife fica focada mais na programação noturna. Então todo mundo vai de manhã para Olinda.
No domingo, é bom começar o dia no Alto da Sé. Às 8h, já tem o Mucha Lucha, com os marmanjos - e marmanjinhos - mascarados, fazendo uma luta bem irreverente no ringue armado em frente à Academia Santa Gertrudes, no Alto da Sé. Não tem violência, é só palhaçada.
Não demora muito para chegarem por ali os super-heróis e as super-heroínas do Enquanto Isso na Sala da Justiça... que concentra às 9h. Além dos personagens tarimbados dos HQ's e filmes, aparecem também figuras improvisadas e sátiras - aliás, os foliões não poupam criatividade. Ao meio-dia, se juntam a eles um "exército" sensual, com o I Love Cafusú.
À tarde, todo mundo vai acompanhar o famoso bloco Elefante de Olinda, de 67 anos, cujo hino tem a famosa frase "Olinda, quero cantar a ti essa canção" (e se você não conhece, vai aprender rapidinho, porque é o que mais se ouve pelas ladeiras). O desfile sai às 17h, acompanhado da orquestra de Oséas, um dos mais conhecidos maestros dos foliões olindenses.
O que fazer na segunda-feira?
Mais de 80 gigantes saem às ruas da cidade às 9h, no Alto de Sé. É apoteose dos bonecos, que encantam a todo mundo. São figurantes políticas, artistas, celebridades e personagens emblemáticos feitos em fibra de vidro e com quase quatro metros de altura. Só tome cuidado para não levar uma mãozada de um deles.
Quem estiver com crianças e não quiser ir para o desfile dos bonecões, pode curtir o Eu Acho É Pouquinho, no mesmo horário, na rua do Mercado da Ribeira.
Às 10h, tem desfile de outro bloco tradicional do Olinda: o Pintombeira dos Quatro Cantos. Outra excelente orquestra de frevo, com bons músicos e repertório de clássicos do frevo. Eles saem na rua 27 de Setembro.
Já no início da tarde, às 14h, tem o bloco feminista Vaca Profana, na praça do Jacaré. As meninas levam às ruas, no meio da folia, um discurso importante a favor da liberdade do corpo. Gente careta e homem assediador não têm vez.
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O que fazer na terça-feira?
Você com certeza vai ouvir as pessoas cantarem: "é de fazer chorar, quando o dia amanhece ouvindo o frevo acabar". O trecho dessa música vira um mantra entre os foliões já tristes com o fim do Carnaval.
Então a terça-feira tem o gostinho de "quero mais", por isso muitos blocos voltam a desfilar neste dia. É a oportunidade de você voltar para se divertir na agremiação que mais gostou. A Pitombeira sai novamente às 10h, da rua 27 de setembro. À 11h, no Guadalupe, tem novo encontro do Bonecos Gigantes; às 16h, na Estrada do Bonsucesso, tem a Ceroula de Olinda; e às 17h, no Alto da Sé, o Eu Acho É Pouco.
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O que fazer na quarta-feira?
Quem disse que acabou? Aqueles que ainda resistem, se jogam logo cedo no frevo do Bacalhau do Batata, que sai 10h, no Alto da Sé. O bloco foi criado por um garçom que, depois de trabalhar todos os dias de Carnaval, resolveu curtir a festa na folga, na Quarta-Feira de Cinzas, no dia que começa a quaresma - por isso o bacalhau, já que na tradição cristão se come peixe neste período.
Nessa mesma pegada, às 15h, tem o Segura o Case, atrás da Igreja de São Pedro. É o bloco organizado por músicos e produtores que trabalharam todos os dias de Carnaval também.
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