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"Normal no Carnaval", diz criador sobre vaias a boneco gigante de Bolsonaro

Mateus Araújo

Colaboração para o UOL, em Olinda

05/03/2019 14h18

Os bonecos gigantes do presidente Jair Bolsonaro e da primeira-dama Michele foram hostilizados durante Carnaval no desfile em Olinda, ontem. Mas as vaias e os xingamentos "fazem parte da democracia", diz o produtor cultural Leandro Castro, dono da Embaixada dos Bonecos Gigantes do Recife.

Segundo Castro, durante o desfile, "houve xingamentos, gritos de que Bolsonaro é isso e aquilo, e houve também aplausos - não tantos, é verdade". "Natural que isso [a hostilização ao boneco do presidente] aconteça em um Carnaval, principalmente em uma cidade como Olinda, de [pessoas de] esquerda - mas sem ser em forma de violência; faz parte da democracia."

No final de janeiro, em entrevista ao UOL, Leandro Castro comentou que talvez não levasse os bonecos da família Bolsonaro às ladeiras de Olinda para evitar ojeriza - o que já havia feito com a versão gigante da ex-presidente Dilma Rousseff, em 2015 e 2016.

Castro teve aprovação e apoio do próprio presidente Bolsonaro e da primeira-dama Michele para criar os bonecos deles. "Já no final da corrida eleitoral, pensei em fazer o dele e de Haddad, mas resolvi esperar o resultado - embora na última semana [de campanha] já sabia como seria a eleição", conta, se referindo à vitória do capitão.

"Mandei e-mail para a equipe de transição, como sempre faço pedindo autorização, e depois recebi a visita de um dos assessores dele. Gravei um vídeo e em 20 minutos o presidente respondeu com um áudio, agradecendo", lembra o produtor cultural. "Também pedi autorização à Michele. Ela não é uma figura pública, e é evangélica. Então esperei para ver se me autorizava. Poucos dias depois, chegou um vídeo dela, com uma camiseta da Embaixada dos Bonecos, agradecendo e autorizando o uso da imagem."

Leandro Castro conta que tanto o presidente quando a primeira-dama foram "muito simpáticos e simples". "Já cheguei a ceder o boneco de Lula para o PT usar em campanha, sem custo, e nunca recebi um agradecimento", completa.

Recife e Olinda