PF encontrou diálogos de Carlos Jordy com foragido de invasão do 8/1
A investigação da Polícia Federal na Operação Lesa Pátria encontrou diversos diálogos entre um foragido pela invasão do Congresso Nacional no 8 de janeiro e o deputado federal Carlos Jordy (PL-RJ), líder da oposição na Câmara dos Deputados que foi alvo da PF nesta quinta-feira (18). A PF obteve indícios de que Jordy atuou como orientador dos atos antidemocráticos que contestavam o resultado das eleições de 2022, como bloqueios de rodovias e acampamentos em quartéis.
As informações foram usadas como provas para deflagrar busca e apreensão contra o deputado. O interlocutor de Carlos Jordy se chamava Carlos Victor de Carvalho, responsável pela organização de atos antidemocráticos em Campos dos Goytacazes (RJ).
Em uma das conversas por meio de mensagens de WhatsApp, Carvalho pede ao deputado uma ordem para o bloqueio de rodovias. Jordy, em resposta, pede para telefonar, por isso a PF não conseguiu obter o desfecho desse diálogo específico. O diálogo, de acordo com a transcrição da PF, ocorreu no dia 1º de novembro de 2022.
Carvalho: Bom dia meu líder. Qual direcionamento você pode me dar? Tem poder de parar tudo.
Jordy: Fala irmão, beleza? Está podendo falar aí?
A PF também apontou que Jordy manteve contato com Carlos Victor de Carvalho durante o período em que ele já tinha uma ordem de prisão em aberto e se encontrava foragido. De acordo com a investigação, Jordy fez contato telefônico com Carvalho no dia 17 de janeiro
Carvalho acabou sendo preso pela PF em 28 de janeiro. Com a apreensão do seu celular, a PF obteve as provas que o vincularam ao deputado Carlos Jordy.
Em outros diálogos, Carvalho citava sua proximidade com o deputado e dizia a seus contatos que estava conversando com Carlos Jordy a respeito da posse do presidente Lula.
A PF também encontrou um vídeo no qual uma pessoa, identificada pelos investigadores como sendo Carvalho cita o deputado Carlos Jordy durante a invasão do Congresso Nacional. A pessoa, com o rosto encoberto, afirma:
Quem manda aqui é nós. É milhões, é milhões. Isso aqui não é bagunça, não. Jordy, avisa o povo de Nova Iguaçu e Mesquita que nós representa essa porra (sic).
Carlos Victor de Carvalho, em invasão do Congresso no 8 de janeiro
Em suas redes sociais, Jordy negou relação com os atos antidemocráticos e disse que nunca estimulou apoiadores a realizarem ações contra o resultado das eleições.
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