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Candidatos de Lira e Nogueira rejeitam Bolsonaro e enfrentam PL nos estados
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Fiéis escudeiros do presidente Jair Bolsonaro (PL) no governo e na Câmara dos Deputados, Ciro Nogueira (PP) e Arthur Lira (PP) mergulharam nas campanhas de seus candidatos aos governos do Piauí e de Alagoas, respectivamente, mas os escolhidos rejeitam aproximação com o candidato à reeleição ao Palácio do Planalto. Pior: nem sequer terão na coligação o PL e vão enfrentar, na eleição estadual, o partido do presidente.
Em âmbito nacional, porém, os dois líderes influentes do PP levaram a legenda a não só apoiar, como a se coligar com o PL na chapa de Bolsonaro.
No Nordeste, onde a rejeição do presidente é mais alta, se associar diretamente a Bolsonaro é visto como uma tática eleitoral arriscada para quem busca um cargo majoritário. Como ambos os candidatos são vistos como viáveis à eleição, decidiram não se aproximar do PL.
No Piauí, o candidato Silvio Mendes (União Brasil) terá como candidata à vice a deputada federal Iracema Maria Portella (PP), ex-esposa do ministro da Casa Civil Ciro Nogueira —eles se divorciaram em 2019, após 25 anos de casamento.
Enquanto isso, o PL do presidente Jair Bolsonaro lançou —solitariamente— a candidatura de Coronel Diego, que não alcançou nem 5% em intenções de voto em pesquisas divulgadas até agora.
Em Alagoas, o candidato do presidente da Câmara é o senador Rodrigo Cunha (União Brasil), que terá como vice uma prima de Arthur Lira, a deputada estadual Jó Pereira (PSDB). No estado, o PL se coligou com o PTB e indicou o vice de outro concorrente ao governo, o senador Fernando Collor.
Dois palanques no Piauí
No Piauí, a ideia de ter dois palanques é tentar forçar ao menos um segundo turno contra Rafael Fonteles (PT), candidato ao governo que lidera as pesquisas eleitorais.
"Ciro está ligado às duas candidaturas em uma tentativa de derrotar o PT", diz a cientista política Olivia Perez, professora da UFPI (Universidade Federal do Piauí).
Segundo apurou a coluna, a ideia é tentar fazer com que Bolsonaro tenha um palanque fiel no estado, já que a estratégia de Silvio Mendes é se afastar do presidente.
A rejeição de Bolsonaro no estado assusta tanto que o próprio PP entrou com a ação para que a Justiça Eleitoral proibisse que candidatos do partido tivessem sua imagem ligada ao presidente, creditando isso a fake news.
"Realmente o Bolsonaro tem uma rejeição forte no estado, por isso a candidatura de Mendes tem tentado se deslocar dele. Já o candidato do PL deve atrair votos naquele núcleo mais duro do bolsonarismo", diz Perez.
O PT venceu as duas últimas eleições para governador no estado com Wellington Dias, que renunciou em março para concorrer ao Senado. Com o governo bem avaliado, ele lançou o nome de seu ex-secretário da Fazenda para seu sucessor.
Em Alagoas, disputa por vaga no 2º turno
Já em Alagoas, o cenário é diferente: a chapa com a qual o PL se coligou é concorrente direta por uma vaga no segundo turno contra o atual governador, Paulo Dantas (MDB) —que lidera todos os levantamentos recentes, seguido por Collor e Cunha, respectivamente.
Candidato de Lira, Rodrigo Cunha não quer ser associado a Bolsonaro e tem adotado um discurso contrário à polarização entre o presidente e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, defendendo um nome da terceira via —ele chegou a receber a vista do então presidenciável Luciano Bivar (União Brasil) em Maceió, em julho.
A tática, porém, não é a preferida de Lira, que nos bastidores chegou a defender uma aproximação de Cunha com Bolsonaro. Contudo, o núcleo de marketing da campanha não concordou, por isso a ideia é que o senador tente se descolar ao máximo da eleição nacional e foque em questões locais.
Os dois, porém, são unidos em um ponto: são dura oposição à família Calheiros, que tem como representantes máximos o senador Renan Calheiros (MDB) e o candidato ao Senado do mesmo partido neste ano, Renan Filho.
Em recente conversa com integrantes do agronegócio alagoano, porém, Arthur Lira tem deixado clara sua relação com o presidente e disse que "ninguém no estado é mais bolsonarista que eu", disse, em uma suposta indireta ao senador Fernando Collor —criticado por muitos por ser um ex-crítico e um apoiador recente do presidente.
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