Topo

Carlos Madeiro

REPORTAGEM

Texto que relata acontecimentos, baseado em fatos e dados observados ou verificados diretamente pelo jornalista ou obtidos pelo acesso a fontes jornalísticas reconhecidas e confiáveis.

Após briga judicial e apoio a PT, candidato do PL quer ir ao 2° turno em SE

Valmir de Francisquinho pede que seja recolocado na disputa em Sergipe - Divulgação
Valmir de Francisquinho pede que seja recolocado na disputa em Sergipe Imagem: Divulgação

Colunista do UOL

15/10/2022 19h40Atualizada em 15/10/2022 19h40

Receba os novos posts desta coluna no seu e-mail

Email inválido

Dois após a decisão do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) devolver seus direitos políticos, o candidato mais votado ao governo de Sergipe, Valmir de Francisquinho (PL), solicitou que a corte valide os votos que obteve no primeiro turno da eleição e o deixe concorrer no segundo turno. Seus votos foram computados, mas não foram considerados, porque sua candidatura foi vetada por abuso de poder político.

Curiosamente, se disputasse o segundo turno, Valmir enfrentaria o candidato petista, Rogério Carvalho, para quem declarou apoio no segundo turno. O episódio que causou revolta no bolsonarismo nas redes sociais. Valmir apoia o presidente Jair Bolsonaro (PL).

Em ação rescisória eleitoral protocolada hoje (15) pela campanha de Valmir, foi pedido ao TSE para que o candidato possa concorrer já no dia 30. Em nota, o candidato disse que a ação foi motivada pela decisão do TSE restabelecer seus direitos políticos.

"Esse relevante fato novo motivou a decisão de promover o ajuizamento da Ação Rescisória, buscando reparar uma injustiça de grandes proporções", afirma.

Alternativamente, caso não seja dada a tutela antecipada [julgamento sumário] e não haja tempo para ser incluído na disputa do segundo turno, a ação pede que a eleição de 30 de outubro seja suspensa até o julgamento do caso.

Mais votado em Sergipe

Valmir teve 457.922 votos no primeiro turno, sendo o mais votado entre todos os candidatos ao governo.

Em terceiro lugar, ficou o candidato Fábio Mitidieri (PSD), com 294.936 votos. Se o TSE aceitar o pedido de Valmir para disputar o segundo turno, Mitidieri ficará de fora.

Assim, o segundo turno seria entre Valmir e Rogério Carvalho, que teve 338.796 votos. Dois dias antes de anunciar o apoio ao petista, Valmir de Francisquinho anunciou voto em Jair Bolsonaro em postagens nas redes sociais e foi muito elogiado por eleitores do presidente.

Candidatos ao Governo de SE, Fábio Mitidieri (PSD)  e Rogério Carvalho (PT) - Reprodução - Reprodução
Candidatos ao Governo de SE, Fábio Mitidieri (PSD) e Rogério Carvalho (PT)
Imagem: Reprodução

Palanque para Bolsonaro

Se Valmir puder disputar o segundo turno, Bolsonaro poderá ter o único palanque em um dos cinco estados do Nordeste onde haverá segundo turno —hoje, nenhum dos candidatos declarou voto ou ofereceu palanque ao presidente.

Em nota divulgada nesta noite, Fábio "lamenta o acordão político feito por Valmir e por Rogério e que gerou instabilidade nas eleições".

"Fábio declara que sua maior preocupação é com o estado de Sergipe e que segue sua agenda política pela capital e interior, apresentando propostas de geração de emprego e de combate à fome no estado", completa o texto enviado pela assessoria do candidato.

Nas redes sociais, Valmir disse que "nunca a existiu acordo" com Rogério, mas sim apenas um apoio mediante aceitação de proposta previstas por ele em seu plano de governo: resolver as questões dos matadouros e dos mercados públicos, pagar o piso dos enfermeiros e o adicional de periculosidade da Polícia Militar e combater à fome.

A disputa na justiça

Valmir de Francisquinho teve a candidatura vetada em cima da hora por decisão do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), confirmando julgamento anterior do TRE (Tribunal Regional Eleitoral) por abuso de poder político. Ele liderava com folga todas as pesquisas de intenção de voto para governo do estado.

Ele foi cassado após uma ação que alegou a associação da cor azul —usada quando ele era prefeito de Itabaiana— à campanha vitoriosa para deputado estadual do seu filho, Talysson de Valmir (PL). A cor era a marca dele à frente da prefeitura.

Na decisão do TSE de quinta-feira, Talysson também teve os direitos políticos reestabelecidos e poderá voltar a exercer o cargo de deputado estadual.