Calor acima da média atingiu todos os estados durante o verão; veja ranking
O Brasil registrou uma temperatura 0,71ºC acima da média recente entre os meses de dezembro de 2023 e fevereiro de 2024, período que inclui a maior parte do verão. Os dados estão no relatório de medição sazonal da Climate Central.
A entidade apontou ainda que todos os estados do país tiveram temperaturas acima da média registrada entre os anos de 1991-2020.
O estudo traz dados detalhados sobre 175 países e de 678 cidades, sendo 18 delas do Brasil (veja dados abaixo).
Há casos em que a temperatura média chegou a subir, em alguns momentos, mais de 2ºC, como ocorreu em Roraima — estado em que, além do calor intenso e fora dos padrões, o período foi marcado por uma intensa seca.
Em fevereiro, a temperatura média foi 2,03°C a mais que a média em Roraima. No período, o estado teve aumento de 1,72ºC.
Na bacia amazônica, temperaturas recordes emparelhadas com a seca provocada pelas alterações climáticas afetou milhares de meios de subsistência. Os cientistas preveem que as condições climáticas extremas induzidas pelo homem deixaram uma pegada permanente na biodiversidade e no ecossistema da Amazônia, assim como os lagos locais atingiram 41°C e mataram centenas de peixes de água doce e golfinhos.
Relatório Climate Central
O relatório foi feito para medir o aumento das temperaturas em todo o mundo e constatar marcas anômalas, sejam por clima mais quente ou mais frio em relação à média de 1991 e 2020.
No caso das cidades com medição, o estudo aponta que Vila Velha (ES) foi a que mais aqueceu de dezembro de 2023 a fevereiro deste ano, enfrentando média superior a 1ºC no dado.
Eventos extremos
No período analisado, foram identificados 70 eventos extremos em todo o mundo, que incluem ondas de calor, inundações, incêndios e tempestades. No caso do Brasil foram seis casos, sendo quatro ondas de calor.
Para estabelecer se um evento é significativo, são levados em conta fatores como número de pessoas impactadas, mortes e declaração de estado de emergência.
Alguns dados do estudo:
- A poluição por carbono gerou um calor anormal experimentado por 59% da humanidade, entre dezembro de 2023 e fevereiro de 2024;
- Aproximadamente 80% da população da Terra foi exposta a um calor atípico ligado às mudanças climáticas;
- 59% experimentaram pelo menos um dia de temperaturas que seriam virtualmente impossíveis sem a influência da poluição por carbono;
- Para 1,7 bilhão de pessoas em todo o mundo, as temperaturas diárias durante este período atingiram o nível máximo no Índice de Mudança Climática em pelo menos 31 vezes.
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Quero receberCom base nesses dados, a ONG criou o Índice de Mudanças Climáticas, que quantifica a influência de alterações climáticas nas temperaturas diárias.
O relatório ainda classifica o aumento médio da temperatura em níveis de 1 a 5, de acordo com a probabilidade de elas terem sido causadas pelas mudanças climáticas.
No caso de Roraima e Amapá, por exemplo, dos 91 dias, 63 foram classificados no maior nível, que aponta que as mudanças climáticas aumentam em cinco vezes ou mais o risco de temperaturas anômalas.
Sobre o Climate Central
A ONG Climate Central é um grupo independente que reúne cientistas e comunicadores que pesquisam e relatam os fatos sobre as mudanças climáticas e como elas afetam a vida das pessoas.
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