Benedito Gonçalves deixa TSE sem julgar superprocesso com 46 bolsonaristas
O ministro Benedito Gonçalves se prepara para deixar o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) na próxima quinta-feira (9) com o gabinete recheado de ações contra Jair Bolsonaro (PL). Embora tenha conseguido pautar nos últimos meses seis processos que pediam a inelegibilidade do ex-presidente, ainda há um estoque de outros nove aguardando julgamento. Entre eles, o que mais ameaça o bolsonarismo, que trata da disseminação de fake news na campanha do ano passado.
Além de Bolsonaro e do vice na chapa derrotada, Walter Braga Netto, outros 46 aliados do ex-presidente estão listados como investigados na mesma ação. Portanto, se forem condenados, também podem ficar inelegíveis pelo período de oito anos, a exemplo do que aconteceu com a dupla. Entre os alvos do processo estão três filhos do ex-presidente: Carlos, Flávio e Eduardo Bolsonaro.
Também são investigados na ação os deputados Ricardo Salles (PL-SP), ex-ministro do Meio Ambiente de Bolsonaro; Mario Frias (PL-SP), ex-ministro da Cultura; Alexandre Ramagem (PL-RJ), que comandou a Abin (Agência Brasileira de Inteligência) no governo passado; Carla Zambelli (PL-SP) e Bia Kicis (PLDF). Depois que Braga Netto foi declarado inelegível até 2030, Ramagem foi declarado por Bolsonaro pré-candidato à Prefeitura do Rio de Janeiro.
Como corregedor da Justiça Eleitoral, Gonçalves é o relator das Aijes (ações de investigação judicial eleitoral). O ministro imprimiu rapidez nas investigações e conseguiu liberar as ações para julgamento em tempo recorde. O superprocesso ainda não está pronto para a pauta porque, como são muitos investigados, não deu tempo de todos serem citados antes do fim do mandato do relator, que se encerra nesta semana.
O cargo de corregedor passará a ser ocupado pelo ministro Raul Araújo. Nos julgamentos realizados até agora, os dois ministros estiveram em polos opostos. Enquanto Gonçalves votou pela condenação da chapa derrotada, Araújo defendeu a absolvição dela. A expectativa no TSE é que, com a mudança na relatoria, as ações não tramitem de forma tão ágil agora.
Além da ação sobre as fake news, estão entre as que ainda serão julgadas as que tratam do benefício concedido para caminhoneiros durante a campanha do ano passado, do auxílio liberado pela Caixa Econômica Federal entre o primeiro e o segundo turno e do suposto uso da Polícia Rodoviária Federal para atrapalhar as eleições em redutos eleitorais de Luiz Inácio Lula da Silva.
Até agora, foram julgadas seis ações contra Bolsonaro sobre a reunião com embaixadores, sobre uso de lives para fins eleitorais e sobre o uso do Sete de Setembro para turbinar a campanha.
Investigados na ação sobre disseminação de fake news na campanha de 2022:
- Jair Bolsonaro
- Walter Braga Netto
- Carlos Bolsonaro
- Flávio Bolsonaro
- Eduardo Bolsonaro
- Nikolas Ferreira
- Kim Paim
- Carla Zambelli
- Gustavo Gayer
- Leandro Ruschel
- Silvio Navarro
- Henrique Viana
- Lucas Ferrugem
- Filipe Schossler Valerie
- Barbara Destefani
- Luis Philippe de Orleans e Bragança
- Paulo Eduardo Lima Martins
- Bernardo Kuster
- Elisam Brom
- Beatriz Kicis
- Ernani Fernandes
- Thais Raposo do Amaral
- Anderson Azevedo Rossi
- Otavio Fakhouri
- Ricardo Salles
- Andre Porciuncula
- Alexandre Ramagem
- Paula Marisa Carvalho de Oliveira
- Sarita Gonçalves Coelho
- Marcelo de Carvalho Fragali
- José Pinheiro Tolentino FIlho
- Roberto Bezerra Motta
- Mario Frias
- Roger Rocha Moreira
- Micarla Rocha da Silva Melo
- Silvio Grimaldi
- Flavia Ferronato
- Jairo Mendes Leal
- Caroline de Toni
- Augusto Pires Pacheco
- Paulo Vitor Souza
- Bismark Fugazza
- Rodrigo Constantino
- Max Guilherme Machado Moura
- Bruno engler
- Filipe Sabara
- perfil @Dopromido2 no Twitter
- Axel Jorge Lima
Deixe seu comentário