Carolina Brígido

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Cármen Lúcia será ponte entre Moraes e Nunes Marques, apontam redes sociais

Nas redes sociais, tanto o campo progressista quanto a extrema direita avaliam que a gestão de Cármen Lúcia no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) será uma continuidade do comando de seu antecessor no cargo, Alexandre de Moraes, e uma ponte para seu sucessor, Kassio Nunes Marques — que pode representar ruptura no estilo dos colegas.

As conclusões foram tiradas pelo Instituto Democracia em Xeque a partir da análise das publicações sobre a posse de Cármen Lúcia nas redes sociais entre 29 de maio e 5 de junho. A ministra tomou posse na última segunda-feira (3).

Para os progressistas, os próximos dois anos serão de mais combate à desinformação e defesa da democracia. Para a extrema direita, haverá consolidação da censura e de perseguição às liberdades individuais.

A análise da extrema direita é que a chegada de Nunes Marques à presidência da Corte eleitoral em 2026 representa um fio de esperança. O ministro foi escolhido pelo ex-presidente Jair Bolsonaro para compor o STF e, pelo sistema de rodízio, comandará o TSE na próxima disputa eleitoral.

Foram coletados 78.106 postagens no Facebook, Instagram, YouTube, X (ex-Twitter) e TikTok. Para a análise dos assuntos mais comentados ao longo do período, foram coletadas 25,5 mil publicações, representando 291,1 mil engajamentos. As maiores menções foram às enchentes e regiões afetadas pelas chuvas no Rio Grande do Sul.

Elogios de um lado e críticas do outro

Segundo o levantamento, as principais narrativas progressistas são elogios ao mandato de Moraes na presidência do TSE e congratulações pela posse.

Entre as postagens mais relevantes sobre o assunto, estão a do deputado Lindbergh Farias (PT-RJ) e a do ministro do STF Flavio Dino, que ressaltaram a altiva resistência do TSE contra as mais diversas ameaças enfrentadas pelo Judiciário. A postagem do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ressaltando os méritos de Cármen Lúcia recebeu mais de 8 mil curtidas no Facebook.

A extrema direita se dividiu em quatro frentes:

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  • "Moraes já vai tarde";
  • Cármen Lúcia seguirá com censura e perseguição em nome do combate às fake news;
  • A esperança que Nunes Marques pode trazer em 2026; e
  • "TSE de Cármen Lúcia vai acompanhar eleições na Venezuela".

Nas postagens, a saída de Moraes do TSE foi interpretada pela extrema direita como a retirada de cena de um adversário ou inimigo político. Para esse grupo, a despedida do ministro é vista como sinal de liberdade e oportunidade.

Expoentes da extrema direita acreditam que Moraes usou sua posição no TSE para influenciar negativamente o resultado das eleições, acusando-o de manipulação e de exercer um papel autoritário, de ter usado o tribunal para censurar e perseguir bolsonaristas, criando um ambiente hostil.
Trecho do estudo

O texto que informa que o TSE acompanharia as eleições da Venezuela foi compartilhado por Carlos Bolsonaro, vereador no Rio de Janeiro pelo PL e filho do ex-presidente. Junto com o link do portal de notícias "Hora Política", o político publicou o seguinte comentário: "Vamo democracia! AHAHAHAHAHA". Houve mais de 39 mil interações.

No dia 3 de junho, o jornal "O Globo" publicou notícia no sentido que o TSE foi convidado para observar as eleições na Venezuela, mas recusou.

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Texto que relata acontecimentos, baseado em fatos e dados observados ou verificados diretamente pelo jornalista ou obtidos pelo acesso a fontes jornalísticas reconhecidas e confiáveis.

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