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Em um mês, guerra afeta 18 milhões de pessoas e gera maior êxodo desde 1945
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Em apenas um mês, a guerra na Ucrânia gera a fuga de um quarto da população e afeta 18 milhões de pessoas, além de deixar pelo menos mil mortos e colocar o país à beira da fome. Os dados estão sendo publicados pela OMS (Organização Mundial da Saúde), enquanto as agências humanitárias da ONU reconhecem que a crise humanitária é a maior na Europa desde o final da Segunda Guerra Mundial.
De acordo com o levantamento de dados da entidade, cerca de 7 milhões de pessoas estão deslocadas internamente. A ONU previa, no início da guerra, que o pior dos cenários seria um êxodo do país de 4 milhões. Agora, esse número está praticamente superado.
"Isso significa que 1 em cada 4 ucranianos está agora deslocado à força, agravando a condição das pessoas que sofrem de doenças não transmissíveis. De acordo com a Organização Internacional para as Migrações, 1 em cada 3 dos deslocados internos sofre de uma condição crônica", disse a OMS.
O impacto da guerra sobre o setor de saúde foi, de fato, profundo. Segundo a OMS, diversos hospitais foram reorientados para cuidar dos feridos, abrindo mão de serviços essenciais e cuidados de saúde primários. Metade das farmácias da Ucrânia estão fechadas e muitos trabalhadores da saúde estão deslocados ou incapazes de trabalhar.
De acordo com a agência, perto de mil unidades de saúde estão próximas a linhas de conflito. A consequência disso é um acesso limitado ou nenhum acesso a medicamentos, instalações e profissionais de saúde. Em muitos locais os tratamentos de condições crônicas quase pararam.
A vacinação contra a covid-19 e a imunização de rotina também pararam. Antes da invasão, pelo menos 50 mil pessoas estavam sendo vacinadas contra a covid-19 por dia. Mas, entre 24 de fevereiro e 15 de março, apenas 175 mil pessoas foram vacinadas.
Outra constatação é a de que a OMS havia verificado 64 incidentes de ataques à saúde, causando 15 mortos e 37 feridos. Ou seja, de 2 a 3 ataques por dia.
Os ataques aos cuidados de saúde são não apenas uma violação do direito humanitário internacional, mas uma tática perturbadoramente comum de guerra. Eles destroem a infraestrutura crítica, mas pior, destroem a esperança"
Jarno Habicht, representante da OMS na Ucrânia
"Os ataques privam pessoas já vulneráveis dos cuidados que muitas vezes é a diferença entre a vida e a morte. O cuidado com a saúde não é — e nunca deveria ser — um alvo", afirmou.
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