Jamil Chade

Jamil Chade

Siga nas redes
Reportagem

Espanha rejeita parar negociação com Mercosul e contradiz Macron

Pedro Sánchez, presidente do governo espanhol, rejeitou enterrar o acordo entre Mercosul e União Europeia e insinuou que não será o presidente da França, Emmanuel Macron, quem irá determinar sozinho o destino de um processo que dura mais de 20 anos.

No começo da semana, Paris chegou a dizer que o bloco tinha um entendimento de que a negociação com as economias sul-americanas seria encerrada.

Numa entrevista coletiva nesta quinta (1º), após a cúpula da UE, Sánchez deixou claro que o processo negociador está "nas mãos da Comissão Europeia", numa alusão de que não seria Paris quem determinaria a agenda. "É a comissão que negocia em nome de todos", insistiu.

O espanhol lembrou como parte do desafio da UE é o de se "projetar ao exterior". Ele afirmou que a Espanha defende "criar pontes" com outras regiões. "Lutamos para que o acordo (com o Mercosul) fosse fechado", disse.

Para Espanha, o Mercosul é chave na relação geopolítica.
Pedro Sánchez

Sánchez rejeitou a proposta de que, diante dos protestos de agricultores pela Europa, o processo negociador com o Mercosul seja suspenso. "Não deve haver nenhuma parada", defendeu. Segundo ele, "em breve", outra sessão entre Mercosul e UE deve ocorrer — antes das eleições para o Parlamento Europeu em junho.

Comissão Europeia cede a exigências do Brasil; Macron confronta

O UOL revelou como, na semana passada, negociadores da Comissão Europeia cederam e aceitaram algumas das principais reivindicações do Brasil para fechar um acordo entre o bloco europeu e o Mercosul.

Imediatamente — e sofrendo protestos por parte de agricultores em Paris — o presidente da França, Emmanuel Macron, anunciou que iria rejeitar o acordo com o Mercosul, sob a alegação de que o pacto abalaria ainda mais a situação dos agricultores franceses.

Continua após a publicidade

Mas, dentro da UE, governos como o da Alemanha, Espanha e Portugal defendem o acordo. Macron, assim, levou sua reivindicação. Mas consciente de que não teria como agir sozinho.

Alexander De Croo, primeiro-ministro belga, foi mais cauteloso e insistiu que, em qualquer acordo, o que precisa é que exista "uma relação de reciprocidade" para que nenhum dos dois lados seja prejudicado.

Reportagem

Texto que relata acontecimentos, baseado em fatos e dados observados ou verificados diretamente pelo jornalista ou obtidos pelo acesso a fontes jornalísticas reconhecidas e confiáveis.

Deixe seu comentário

Só para assinantes