Jamil Chade

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Lula vai à cúpula do G7 e reunião da OIT na Suíça

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva confirmou sua presença na cúpula do G7, na Itália, e aproveitará para participar da Conferência Internacional do Trabalho, na Suíça.

Depois de um longo período sem a presença do Brasil nas reuniões de algumas das maiores economias do mundo, 2024 marca o segundo ano consecutivo de um convite ao brasileiro. O encontro está marcado para ocorrer a partir do dia 13 de junho.

A crise no Rio Grande do Sul e a campanha para as eleições municipais colocavam em dúvida a visita. Mas a decisão do Palácio do Planalto foi a de confirmar as duas viagens.

Nos anos do governo de Jair Bolsonaro, as diferentes presidências do G7 evitaram fazer convites ao Brasil. Em 2023, em sua volta à reunião, Lula criticou abertamente a atitude das potências ocidentais na guerra na Ucrânia, alertou sobre a desigualdade global e convocou os governos a pensar em uma reforma da ONU e dos organismos financeiros internacionais.

Para 2024, os conflitos armados em Gaza e na Ucrânia estariam no centro do debate, temas em que Lula e alguns dos líderes ocidentais discordam abertamente. Mas, com o objetivo de ver aprovados os seus projetos no G20, negociadores acreditam que a presença de Lula seria importante.

Em 2025, o Brasil será sede da Conferência do Clima da ONU (COP30), e o diálogo com as principais potências será fundamental para o êxito do encontro.

Além do Brasil, será convidado para o G7 o governo indiano de Narendra Modi, que compartilha com a primeira-ministra ultraconservadora Giorgia Meloni uma certa afinidade em sua agenda ideológica. Países africanos também estão na lista.

Ausência em cúpula sobre Ucrânia

Na esperança de aproveitar a presença de líderes como Joe Biden, Emmanuel Macron e Olaf Scholz, o governo da Suíça organizará para os dias seguintes ao G7 uma cúpula para lidar com a guerra na Ucrânia.

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Lula também foi convidado, mas não irá. O governo brasileiro insiste que um evento com chefes de Estado e de governo apenas pode ocorrer se houver a inclusão de todos, inclusive de russos.

Sem a participação de Moscou, Lula optou por não estar presente.

A meta do encontro é a de fechar uma espécie de acordo entre os líderes, na esperança de abrir um canal de negociação para que o conflito seja concluído.

O temor do governo Lula, porém, é que o encontro sirva apenas para chancelar as propostas de Volodymyr Zelensky, que exige a retirada russa do território ucraniano para que as conversas possam ocorrer.

O governo brasileiro vem afirmando ao longo dos meses que um processo de negociação apenas pode fazer sentido se envolver os russos. Mesmo em conversa com Zelensky, Lula alertou que não existe um acordo de paz "unilateral".

Ainda em 2023, o presidente russo Vladimir Putin justificou a interlocutores brasileiros que aceitar a proposta de Zelensky seria equivalente a uma capitulação.

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Texto que relata acontecimentos, baseado em fatos e dados observados ou verificados diretamente pelo jornalista ou obtidos pelo acesso a fontes jornalísticas reconhecidas e confiáveis.

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