Jamil Chade

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Gantz deixa gabinete de guerra, pede eleição e ataca Netanyahu

A crise política se instala em Israel e Benny Gantz, um dos principais personagens da vida pública no país, anunciou nesta domingo (9) sua renúncia do gabinete de guerra de Israel.

Ainda que o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu lidere uma aliança que conta com maioria no Parlamento, o gesto de Gantz escancara um mal-estar entre as forças políticas do país.

Gantz, de centro-direita, se juntou ao governo de Netanyahu num ato para demonstrar a unidade do país diante dos ataques do Hamas em 7 de outubro de 2023.

Com ótima circulação entre os democratas nos EUA e com as principais lideranças da Europa, Gantz era uma espécie de interlocutor do governo com o mundo.

Mas diante da ofensiva de Israel em Gaza e da pressão internacional, Gantz alertou Netanyahu que ele poderia deixar o gabinete de guerra se o primeiro-ministro não apresentasse um plano concreto de como seria o pós-guerra em Gaza e uma estratégia que tivesse na liberação de reféns a prioridade.

Agora, sem Gantz, Netanyahu terá de contar com o apoio da extrema direita e ultraconservadores em Israel para se manter no poder.

Num discurso neste domingo, o ex-ministro do Gabinete de Guerra afirmou que "Netanyahu está nos impedindo de progredir em direção a uma verdadeira vitória". "Por essa razão, estamos deixando o governo de emergência hoje, com o coração pesado, mas de todo o coração", afirmou.

Gantz fez um apelo para Netanyahu marque uma data para as eleições. "Não deixe que nossa nação se desfaça", pediu.

Netanyahu criticou a saída do político e alertou que essa não era a hora de abandonar a batalha. Gantz respondeu: "Sei que as pessoas dizem que não sou um trapaceiro, um odiador, e que não sou desinibido como meus concorrentes. É verdade, mas posso lhes prometer uma coisa: estou preparado para morrer por seus filhos. Também estarei presente quando o país precisar de nós. Pagarei qualquer preço político e não temerei o que as pessoas dirão", disse Gantz.

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Ele ainda se dirigiu às famílias dos reféns. "Peço perdão. Fizemos muito, mas falhamos. Não conseguimos fazer com que muitos dos reféns voltassem para casa. A responsabilidade por isso também é minha. Eu apoio o plano que decidimos no gabinete de guerra, apresentado pelo presidente Biden, e exijo do primeiro-ministro a coragem necessária para apoiá-lo e promovê-lo", disse ele.

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Texto que relata acontecimentos, baseado em fatos e dados observados ou verificados diretamente pelo jornalista ou obtidos pelo acesso a fontes jornalísticas reconhecidas e confiáveis.

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