Jamil Chade

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Sobreviventes de Auschwitz alertam sobre extrema direita após eleição na UE

Os sobreviventes do Holocausto e dos campos de concentração criados pelos nazistas soam o alerta diante do avanço da extrema direita na Europa e, em especial, na Alemanha.

Nesta segunda-feira, após os resultados que mostraram a vitória do movimento ultraconservador em diversos países da Europa, o Comitê Internacional de Auschwitz declarou estar preocupado e em choque.

A eleição ao Parlamento Europeu viu uma guinada do continente à extrema direita, com vitórias contundentes na França, Áustria e Itália, além de chegar em segundo lugar na Alemanha e Holanda.

"Para os sobreviventes do Holocausto e dos campos de concentração e extermínio alemães, esse resultado eleitoral é um ponto de inflexão deprimente", disse o vice-presidente executivo Christoph Heubner.

"A Europa está perdendo e esquecendo de si mesma: em cada vez mais países, partidos nacionalistas e de extrema direita estão ganhando influência, que na verdade desprezam a ideia europeia que surgiu dos horrores da Segunda Guerra Mundial e do horror assassino dos campos", afirmou o Comitê, em um comunicado.

O alerta do grupo se da pelo fato de que diversos movimentos populistas na UE mantém relações com herdeiros da extrema direita que, no século 20, jogou o continente a um massacre. A Alternativa para a Alemanha (AfD), por exemplo, conta com uma deputada que é neta de um dos principais ministros de Adolf Hitler.

Num apelo, Heubner insistiu que o projeto de integração da Europa é a resposta que os sobreviventes do Holocausto apostam. "É exatamente por isso que eles pedem urgentemente que os outros partidos do Parlamento Europeu protejam essa ideia europeia e se unam contra a agitação e o incitamento das forças extremistas de direita", completou.

Extrema direita venceu na antiga Alemanha Oriental

Nesta segunda-feira, os dados detalhados da eleição ao Parlamento Europeu foram publicados e revelaram que o partido alemão de extrema direita Alternativa para a Alemanha (AfD) ficou em primeiro lugar em todos os cinco estados federais que compõem a antiga Alemanha Oriental.

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De uma forma geral em toda a Alemanha, o AfD somou 15,9%, seu melhor resultado em uma eleição e com 6,5 milhões de apoiadores. Mas, nos estados do leste, o resultado foi ainda maior. Na Saxônia, por exemplo, o movimento somou 31,8% dos votos. Em Turíngia, ele somou 30,7%, taxa similar na Saxônia-Anhalt. Em Brandemburgo, o partido AfD conseguiu 27,5% dos votos.

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Texto que relata acontecimentos, baseado em fatos e dados observados ou verificados diretamente pelo jornalista ou obtidos pelo acesso a fontes jornalísticas reconhecidas e confiáveis.

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