Jamil Chade

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Em reunião com Brasil e governos, Irã promete ato 'decisivo' contra Israel

Num encontro promovido pelo governo do Irã com a comunidade diplomática, as autoridades de Teerã indicaram que haverá uma resposta contra Israel. A retaliação seria por conta da morte do líder do Hamas, Ismail Haniyeh, ocorrida há uma semana na capital iraniana.

A reunião, organizada na segunda-feira com os diplomatas estrangeiros, contou com a participação do Brasil, um dos poucos países ocidentais a manter uma representação em Teerã.

Na conversa, o chanceler iraniano, Ali Bagheri, foi claro: haverá uma resposta por parte dos iranianos. Mas não indicou quando isso iria ocorrer.

Desde domingo, o governo americano vem alertando seus parceiros de que o ataque iraniano poderia ocorrer nos próximos dias. Washington iniciou uma operação para tentar recriar a aliança entre governos, capaz de interceptar eventuais ataques de Teerã. Enquanto isso, a agência Reuters indicou que o presidente Vladimir Putin teria conversado com o líder supremo do Irã, Ali Khamenei, pedindo que a retaliação não envolva a morte de civis israelenses. O temor é de que a resposta faça eclodir uma guerra regional.

Para o chanceler iraniano, o ato perpetrado por Israel em Teerã foi "um recurso ilegal à força". "Está absolutamente claro que tal agressão não pode ficar sem resposta. O ato terrorista do regime sionista contra cidadãos e interesses iranianos dentro do país autorizou e deu à República Islâmica do Irã o direito de defender seus interesses, sua integridade territorial e seus direitos soberanos", constatou.

"Nossa resposta será definitiva e decisiva. A República Islâmica do Irã escolherá por si mesma como responder à agressão israelense", declarou.

O iraniano ainda criticou a indiferença da comunidade internacional diante dos crimes em Gaza, o que "agrava a situação e encoraja ainda mais os criminosos a avançarem em seus planos de cometer genocídio e aniquilar a Palestina".

"Precisamos analisar o crime do regime de ocupação israelense de assassinar Ismail Haniyeh sob essa perspectiva. O projeto de genocídio palestino está sendo realizado em vários níveis. Em um nível, crianças e mulheres são massacradas", disse. "Em outro nível, eles assassinam as elites e os líderes políticos, intelectuais, científicos e culturais da Palestina dentro e fora dos territórios ocupados", alertou.

Para ele, Israel acredita que a "única maneira de sobreviver é promover o belicismo e espalhar o conflito na região, dentro dos países regionais e entre os palestinos".

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"Assassinar Ismail Haniyeh em Teerã e, ao mesmo tempo, Fuad Shukr em Beirute são dois crimes interconectados com o curso dos acontecimentos na Palestina ocupada e na região", disse.

Para ele, o fato de Israel não ter "proibição ou restrição para matar outras pessoas e violar os direitos humanos" deve ser "uma fonte de grande preocupação para todos os estados e nações".

Retaliação

Diante desses argumentos, o chanceler iraniano sugeriu que haverá uma resposta. "Negligenciar as ações terroristas do regime israelense desacreditará todas as regras e normas da coexistência pacífica internacional, bem como as regras que regem as relações entre os Estados em tempos de guerra", alegou.

"As operações militares, conceituadas com expressões enganosas, como "assassinatos seletivos", em que as elites e os líderes da Palestina e de outros países da região são assassinados separada ou coletivamente, nada mais são do que violação da lei, terrorismo de estado organizado e uso do aparato de segurança como uma ferramenta para matar líderes e cidadãos de outros países", disse.

Crime internacional

Para o chanceler, "assassinar Ismail Haniyeh é uma maldade internacional flagrante e quase um crime internacional".

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"Ismail Haniyeh foi agredido no território seguro da República Islâmica do Irã. Ele era um convidado oficial da República Islâmica do Irã que participou da cerimônia de posse presidencial; portanto, consideramos-nos obrigados e responsáveis por proteger todos os participantes da cerimônia de posse e todos os estrangeiros no Irã", disse. "O assassinato de Ismail Haniveh pelo regime sionista é, na verdade, uma violação injustificada e ilegal da soberania nacional e da segurança nacional do Irã", alegou.

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