Jamil Chade

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ONU alerta para 'escalada dramática' e Conselho de Segurança é convocado

O secretário-geral das Nações Unidas, Antonio Guterres, alertou nesta quarta-feira que as explosões de pagers direcionadas aos membros do Hezbollah representam "um sério risco de uma escalada dramática no Líbano e tudo deve ser feito para evitar essa escalada".

Uma reunião de emergência vai ocorrer na sexta-feira no Conselho de Segurança, na esperança de frear a crise e mandar uma mensagem clara sobre os riscos de uma guerra generalizada. O encontro foi solicitado pelo governo da Argélia, em nome do Grupo Árabe.

Numa coletiva de imprensa na sede da ONU em Nova York, o chefe da entidade se mostrou preocupado não apenas com a crise no Líbano, mas com a situação que envolve toda a região.

"Obviamente, a lógica de fazer todos esses dispositivos explodirem é fazer isso como um ataque preventivo antes de uma grande operação militar", disse Guterres.

"Acho que o que aconteceu é particularmente grave, não só por causa do número de vítimas que causou, mas por causa das indicações que existem de que isso foi desencadeado", insistiu o chefe da ONU.

Ele falou depois que pelo menos 12 pessoas crianças foram mortas e milhares ficaram feridas quando os pagers dos membros do Hezbollah foram detonados em todo o Líbano.

Enquanto ele comentava a situação, na sala dos jornalistas, mensagens chegavam sobre as novas explosões. No palco, Guterres sequer sabia da existência da nova ofensiva desta quarta-feira.

Diplomatas admitem que um front declarado de uma guerra no Líbano jogaria toda a região em um cenário "dramático". "O que era apenas em Gaza hoje corre o risco de envolver todo o Oriente Médio e isso, em muitos aspectos, é uma ameaça à segurança internacional", afirmou ao UOL um dos principal negociadores da ONU para o acesso de bens humanitários para a região.

A crise ocorre dias antes do início da Assembleia Geral da ONU, com a presença de mais de 130 líderes de todo o mundo a partir do fim de semana em Nova York. O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, será um dos participantes, mas seu governo já indicou o profundo mal-estar com a ONU.

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Não há, neste momento, qualquer encontro marcado entre Guterres e Netanyahu, principalmente depois que o israelense pediu a demissão do chefe da ONU. Ele alegou que o português saiu em defesa do Hamas, nos ataques de 7 de outubro. Guterres insiste que jamais defendeu o ato terrorista e condenou o gesto.

Mas, nesta quarta-feira, o português insistiu que a destruição de Gaza é algo que ele "jamais viu" em sua geração e alertou que a ofensiva de Israel é "inaceitável".

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Texto que relata acontecimentos, baseado em fatos e dados observados ou verificados diretamente pelo jornalista ou obtidos pelo acesso a fontes jornalísticas reconhecidas e confiáveis.

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