Josias de Souza

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Opinião

Ao atacar Centro Carter, Maduro dá uma banana para o mundo

Nicolás Maduro jura que o Palácio Miraflores, sede de todo Poder na Venezuela, é a morada do povo. Difícil é despejar o inquilino. Ao atacar o Centro Carter, uma respeitada organização sem fins lucrativos que acompanha eleições ao redor do mundo, o ditador reforça o seu desprezo pela pressão externa. É como se Maduro desse uma banana para o mundo.

A única voz que incomoda Maduro é o ronco do asfalto, que ele cuida abafar na marra. A reeleição obtida na base do abracadabra dividiu o planeta em dois: o lado democrata e a outra banda. No documento em que anotou que a eleição venezuelana "não pode ser considerada democrática", o Centro Carter empilhou razões irrefutáveis. A partir daí, só cheira o pó de pirlimpimpim de Nicolás Maduro os viciados em ilusionismo antidemocrático.

Até a véspera da eleição, o regime considerava o Centro Carter um observador de mostruário, cujas qualidades —"seriedade" e "prestígio"— foram enaltecidas até pelo ministro amestrado da Defesa, Vladimir Padrino. Desfeito o encantamento, Maduro passou a enxergar os enviados da organização como observadores teleguiados pelo imperialismo ianque.

Nada de novo, exceto as demonstrações de cansaço da sociedade venezuelana, já meio farta de um mágico que não tira senão ruína de dentro da cartola. O despejo do inquilino do Palácio Miraflores não é impossível. Mas Maduro, bancado por China e Rússia, se equipa para elevar o custo. A fatura inclui cadáveres, sumiços, encarceramentos e tortura.

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** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL.

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