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Josmar Jozino

REPORTAGEM

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Acusado de matar Marielle Franco se une a presos do PCC para pedir visitas

Ex-PM Elcio Vieira de Queiroz, foi preso acusado de participar diretamente do assassinato da vereadora Marielle Franco - Reprodução/Facebook
Ex-PM Elcio Vieira de Queiroz, foi preso acusado de participar diretamente do assassinato da vereadora Marielle Franco Imagem: Reprodução/Facebook

Colunista do UOL

24/03/2022 04h00

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O preso Élcio Vieira de Queiroz, um dos acusados de matar a vereadora Marielle Franco e o motorista dela, Anderson Gomes, em 14 de março de 2018, no Rio de Janeiro, se uniu a integrantes do PCC (Primeiro Comando da Capital) na Penitenciária Federal de Porto Velho para pedir à Justiça Federal de Rondônia o retorno integral das visitas presenciais.

Os pedidos, obtidos com exclusividade pelo UOL, foram escritos separadamente pelo ex-policial militar e por três membros da alta cúpula do PCC em São Paulo, os prisioneiros Fernando Gonçalves dos Santos (o Colorido), Wilber de Jesus Mercês (o Ralf) e Rogério Taschiini. Os presos Rafael Willian Kukowitsch e Risclei Bueno Martins também enviaram as reivindicações.

Os detentos defendem o restabelecimento integral das visitas sociais presenciais em parlatório pelo período de três horas, além do atendimento jurídico semanal com duração máxima de uma hora.

Acusado de matar Marielle se une a presos do PCC para pedir visitas

No primeiro semestre de 2021, as visitas sociais permaneceram suspensas por causa do agravamento da pandemia de coronavírus. No final de julho do mesmo foi retomado o gradual restabelecimento das visitas presenciais.

Atualmente, os presos em penitenciárias federais só podem receber mensalmente uma visita acompanhada de criança ou adolescente pelo período máximo de uma hora. Já os atendimentos de advogados continuam limitados a quatro agendamentos por dia e com duração máxima de 30 minutos, sem prejuízo dos casos urgentes.

Os pedidos argumentam que o gasto da visita é alto em relação ao tempo de duração e citam o cenário da pandemia e o avanço da vacinação. Enviados em datas próximas, os documentos foram analisados de forma única. O juiz Diogo Negrisoli Oliveira, da 7ª Vara Federal de Rondônia e da Corregedoria Judicial da Penitenciária Federal de Porto Velho julgou improcedente o pedido dos prisioneiros.

As regras estabelecidas em junho de 2021 continuam valendo. Para entrar em presídio federal, o visitante tem de comprovar que tomou as duas doses da vacina para covid-19. A apresentação da carteira original de vacinação é obrigatória.

Liderança do PCC

Os presos Colorido (também conhecido como Azul), Ralf e Taschini foram removidos para presídio federal em fevereiro de 2019 junto com outros 12 detentos. Todos cumpriam pena na Penitenciária 2 de Presidente Venceslau (SP).

A remoção foi feita a pedido do promotor de Justiça Lincoln Gakiya, do Gaeco (Grupo de Atuação Especial e de Combate ao Crime Organizado) de Presidente Prudente, órgão subordinado ao Ministério Público Estadual. Os rumores eram de que os prisioneiros seriam resgatados.

Segundo a Polícia Federal, o presidiário Rafael Kukowitsch também é integrante do PCC e até setembro de 2020 recebia mesada da cúpula da facção criminosa.

Risclei Bueno Martins é apontado como um dos maiores assaltantes de bancos e carros-fortes do Rio Grande do Sul. Ele foi transferido para presídio federal em julho de 2017 e também é apontado pela polícia gaúcha como integrante do PCC.

O preso Marco Willian Herbas Camacho, o Marcola, também está recolhido na Penitenciária Federal de Porto Velho. No entanto, até o momento, não há notícias de que ele tenha reivindicado à Justiça Federal, assim como os outros detentos, o integral restabelecimento das visitas sociais.