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Josmar Jozino

REPORTAGEM

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Justiça condena Fuminho, braço direito de Marcola, a 26 anos por tráfico

Gilberto Aparecido dos Santos, o Fuminho, apontado como braço direito de Marcola no PCC - Reprodução/Ministério da Justiça
Gilberto Aparecido dos Santos, o Fuminho, apontado como braço direito de Marcola no PCC Imagem: Reprodução/Ministério da Justiça

Colunista do UOL

31/10/2022 15h23Atualizada em 31/10/2022 15h37

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A Justiça condenou Gilberto Aparecido dos Santos, 52, o Fuminho, a 26 anos, 11 meses e 5 dias de prisão em regime fechado pelos crimes de tráfico de drogas, posse e comercialização de armas e também por formação de quadrilha.

Fuminho é apontado pelo MP-SP (Ministério Público do estado de São Paulo) como o braço direito de Marco Willians Herbas Camacho, o Marcola, considerado o líder do PCC (Primeiro Comando da Capital), a maior facção criminosa do Brasil.

A decisão é da juíza Letícia Antunes Tavares, da 2ª Vara Criminal de Itapecerica da Serra (Grande São Paulo). Fuminho foi acusado com outros cinco réus, todos condenados pelos mesmos crimes anteriormente. O processo contra ele foi desmembrado.

A juíza entendeu que Fuminho era o dono de 450 kg de cocaína, 8 kg de maconha, 4 fuzis, 3 rifles, duas espingardas, três carabinas, três submetralhadoras, 11 pistolas e uma garrucha, além de carregadores apreendidos no Sítio Sarandi em Juquitiba (SP), em 14 de março de 2013.

As drogas e as armas foram encontradas e apreendidas por homens da Rota (Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar), unidade de elite da Polícia Militar. Na ocasião, os militares disseram que chegaram ao sítio após denúncia anônima. A Polícia Federal também investigava o caso à época.

No sítio foi montado um sofisticado bunker com elevador e motor hidráulico usado na elevação de uma tampa de concreto. O local era usado para armazenar o armamento de grosso calibre, além de grandes quantidades de cocaína e maconha.

As investigações apontaram que o sítio era de propriedade de Fuminho. O traficante de drogas chegou a ser monitorado por policiais federais, inclusive na Favela de Heliópolis, na zona sul da capital, e por pouco não acabou preso pelos agentes.

O criminoso não estava no sítio quando os policiais da Rota cercaram o local. Depois dessa ação, Fuminho fugiu para a Bolívia e de lá seguiu para Moçambique, na África. Ele acabou capturado em Maputo, capital daquele país, em abril de 2020.

O comparsa de Marcola estava foragido desde 1999, quando escapou da Casa de Detenção, no Carandiru, zona norte paulistana. Ele foi extraditado de Moçambique e levado para a Penitenciária Federal de Catanduvas (PR), onde se encontra recolhido.

Outro processo no Ceará

Fuminho também responde a processo no Ceará, sob a acusação de ter coordenado os assassinatos de Rogério Jeremias de Simone, o Gegê do Mangue, e Fabiano Alves de Souza, o Paca, mortos a tiros na região metropolitana de Fortaleza.

Ambos eram do alto escalão do PCC e foram acusados de desviar dinheiro da facção criminosa. Depois da morte de Gegê e Paca, teve início uma das guerras mais sangrentas na organização. Wagner Ferreira da Silva, o Cabelo Duro, acusado de levar as duas vítimas para a morte, foi assassinado uma semana depois do duplo homicídio no Tatuapé, zona leste da capital.

O MP-SP também acusa Fuminho de ter planejado um resgate da liderança do PCC, em 2018, presa até então na Penitenciária 2 de Presidente Venceslau, no oeste do estado. Segundo promotores de Justiça, a ação contaria com criminosos treinados em uma fazenda de Fuminho na Bolívia, aeronaves, metralhadoras calibre 50 e até veículos blindados.

Em fevereiro de 2019, a liderança do PCC, incluindo Marcola, foi transferida para presídios federais para evitar um possível resgate. As remoções foram feitas a pedido do promotor de Justiça Lincoln Gakiya, do Gaeco (Grupo de Atuação Especial e de Combate ao Crime Organizado), de Presidente Prudente, subordinado ao MP-SP.

A reportagem não conseguiu contato com o advogado de Fuminho, mas publicará a versão da defesa dele assim que houver um posicionamento.