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Josmar Jozino

REPORTAGEM

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Ladrões furtam 27 telefones celulares em delegacia da zona sul de SP

Fachada do 11º DP, na região de Santo Amaro - Jardiel Carvalho - 18.set.18/Folhapress
Fachada do 11º DP, na região de Santo Amaro Imagem: Jardiel Carvalho - 18.set.18/Folhapress

Colunista do UOL

13/01/2023 04h00Atualizada em 13/01/2023 06h20

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Nem as delegacias estão livres das ações de ladrões em São Paulo. O 11º Distrito Policial (Santo Amaro) foi palco na semana passada de um furto de 27 telefones celulares apreendidos em diversas ocorrências. Os aparelhos estavam guardados em um depósito no primeiro andar do prédio do DP, localizado na rua Padre José de Anchieta, 138, zona sul paulistana.

A Polícia Civil instaurou um inquérito para apurar o furto qualificado. A Corregedoria da corporação e a Secretaria de Estado da Segurança Pública também devem acompanhar o caso para saber se há algum agente envolvido na ação delituosa.

O sumiço dos equipamentos foi descoberto no último dia 8 pela escrivã-chefe. Ela fez levantamento dos materiais apreendidos e constatou que houve o furto dos 27 aparelhos. Os celulares até então estavam armazenados em sala apropriada utilizada como depósito.

A escrivã-chefe imediatamente comunicou seus superiores. O histórico do boletim de ocorrência registrado na 6ª Delegacia Seccional menciona que o furto ocorreu no dia 8 de janeiro de 2023 em hora incerta. Cita ainda que o crime foi comunicado às 16h02 do mesmo dia.

O B.O. sinaliza que a delegacia pode ter sido invadida por ladrões: "Certo é que os objetos descritos não mais foram localizados naquele depósito, logo, forçoso, se faz concluir que houve a subtração dos mesmos mediante escalada e arrombamento de uma das janelas da sala", diz o documento.

Fontes policiais disseram à coluna que grande parte dos telefones furtados no 11º DP foi apreendida em ocorrências. Afirmaram ainda que os aparelhos levados eram peças essenciais para as investigações; produção de provas e até mesmo esclarecimento de crimes.

Um exemplo disso foi a apreensão do telefone celular do advogado João Manoel Armôa Júnior, 47, preso pela Polícia Federal em 16 de setembro do ano passado, na Baixada Santista, e acusado de integrar uma quadrilha de narcotraficantes ligada ao PCC (Primeiro Comando da Capital).

O aparelho do advogado foi periciado e, graças à apreensão, agentes federais descobriram o envolvimento de sete policiais civis da região de Santos no desvio de mais de uma tonelada de cocaína do traficante internacional de drogas Vinycius Soares da Costa, 33, o Evoque, do PCC.

O narcotraficante e os policiais civis acabaram presos. Um dos detidos é o investigador Orlando Galante Rollo, 44, ex-presidente do Santos Futebol Clube. Segundo o Ministério Público Estadual, ele foi acusado de comandar em um dos casos o desvio de 790 kg de cocaína de Evoque e exigiu R$ 4 milhões para devolver a droga.

Os defensores de Rollo e Armôa afirmam que seus clientes são inocentes de todas as acusações e que vão provar isso no curso do processo.

Outro furto

O furto no 11º DP foi o segundo registrado em delegacias da zona sul em sete meses. O outro aconteceu em 16 de junho do ano passado, no 47º DP (Capão Redondo), quando foram furtados dinheiro, armas e até um fuzil da PM, como publicou esta coluna em 27 de junho de 2022.

Um escrivão de 42 anos foi apontado como suspeito pelo furto no 47º DP. Na noite do dia 16 de junho, um agente havia encerrado o plantão e guardado uma arma de fogo no armário, trancado com cadeado. No dia 18, quando retornou ao trabalho, ele constatou o sumiço do armamento.

As imagens das câmeras de segurança instaladas na sala do delegado-titular mostraram o escrivão abrindo e vasculhando armários de outros quatro colegas. Uma carteira com dinheiro, apreendida em ocorrência policial também foi levada. A quantia não foi revelada.

Do mesmo armário foi furtado um fuzil 556, de numeração BRA 09225, de propriedade da Polícia Militar de São Paulo. O armamento também tinha sido apreendido em ocorrência policial.