Josmar Jozino

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Polícia Civil acha munição do Exército em casa de ex-militar em Barueri

A Polícia Civil investiga se o ex-militar do Exército Michel Eric Rabelo da Silva está envolvido com o furto de 21 metralhadoras do Arsenal de Guerra de Barueri. Na casa dele, que fica na mesma cidade, foram apreendidos munições, um capacete balístico e carteira de identidade militar falsificada.

O Comando Militar do Sudeste disse por meio de nota que a apreensão não tem ligação com a investigação do furto em Barueri, que não há extravio de munições da organização militar e que as "munições eram inertes (mostruário-brinde de fabricante de munições), ou seja, sem espoleta (não executam disparo)".

Silva foi autuado em flagrante por receptação e uso de documento falso no dia 15 de setembro deste ano na Delegacia de Polícia de Carapicuíba, na Grande São Paulo. No dia seguinte, ele passou por audiência de custódia e chegou a ter a prisão convertida em preventiva. Porém, ela foi revogada no último dia 10.

Policiais civis chegaram até o ex-militar durante investigação do desaparecimento da transexual Ana Luíza dos Santos. Ela foi vista pela última vez no carro locado pelo ex-militar. O nome dele surgiu como um dos responsáveis pelo sumiço dela. O caso está sob segredo de Justiça.

Segundo a Polícia Civil, enquanto era ouvido na delegacia, Silva autorizou a ida de um grupo de agentes até a casa dele. Na residência foram encontrados o capacete balístico, munições de calibres 50, 20 mm, 30 mm, 5,56 e 7,2, além de roupas camufladas e boina do Exército.

Confessou o crime

Ainda de acordo com a Polícia Civil, no ato da prisão, Silva confessou o crime de receptação. Porém, ao ser interrogado, ele alegou que ganhou as munições de um amigo que serviu com ele no Exército. E também admitiu ter falsificado a carteira militar.

Investigadores da Polícia Civil de Carapicuíba levaram os objetos apreendidos na casa de Silva até o Arsenal de Guerra de Barueri. Um oficial constatou que o material é do Exército. O ex-militar desligou-se do Exército em 22 de fevereiro do ano passado, na graduação de soldado.

A reportagem não conseguiu contato com os advogados de Silva.

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Na primeira semana de setembro foram furtadas 21 metralhadoras do Arsenal de Guerra do Barueri, sendo 13 calibre .50, capazes de derrubar aeronaves, e oito calibre 7,62. O sumiço das armas só foi notado no último dia 10 e 480 militares chegaram a ficar aquartelados.

Oito metralhadoras foram recuperadas no dia 19 no bairro Gardênia Azul, na zona oeste do Rio de Janeiro e teriam sido entregues a traficantes de drogas do CV (Comando Vermelho), a maior facção criminosa fluminense.

Armamento iria para o PCC

No último sábado, outras oito metralhadoras foram apreendidas em um lamaçal em São Roque. O armamento foi encontrado justamente por policiais civis de Carapicuíba. O Exército e a polícia continuam à procura de quatro metralhadoras.

Em entrevista coletiva, o secretário da Segurança Pública de São Paulo, Guilherme Derrite, afirmou que as metralhadoras apreendidas em São Paulo tinham um destino: o PCC (Primeiro comando da Capital), a maior facção criminosa dopaís.

Ao menos três militares do Arsenal de Guerra de Barueri são suspeitos de envolvimento no furto do armamento. Caso a participação deles no episódio seja comprovada, eles responderão a processos criminal e administrativo e, se condenados, serão expulsos da instituição.

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Texto que relata acontecimentos, baseado em fatos e dados observados ou verificados diretamente pelo jornalista ou obtidos pelo acesso a fontes jornalísticas reconhecidas e confiáveis.

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