Expectativa da PF é concluir investigação sobre venda de joias até dezembro
A PF Polícia Federal tem como objetivo concluir até dezembro a investigação que apura um esquema de desvio e venda no exterior dos presentes à Presidência da República em missões oficiais — como os conjuntos de joias recebidos da Arábia Saudita.
A partir disso, fica aberto o caminho para que uma possível denúncia seja oferecida ainda em 2023. Para isso, os investigadores também aguardam a decisão do presidente Lula (PT) para a escolha do novo PGR (Procurador-Geral da República).
O mandato do atual PGR, Augusto Aras, termina em setembro e a expectativa é grande por uma mudança no comando da instituição já que, com Aras, as investigações que envolvem o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) não avançaram.
Na semana passada, o ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), determinou a quebra do sigilo fiscal e bancário de Bolsonaro e de Michelle após um pedido da PF.
Os policiais avaliam que, nos próximos meses, a análise das quebras de sigilo financeiro e dos celulares será fundamental para a conclusão da investigação e a determinação das condutas criminosas apontadas. Por essa razão, no cenário atual, um pedido de prisão preventiva é bastante improvável.
A PF quer rastrear se o dinheiro da venda das joias entrou nas contas do ex-presidente. Dentro do caso é apurado, por exemplo, a venda e a recompra de um rolex pelo advogado Frederick Wassef. Nas provas já coletadas pela PF, é possível verificar mensagens do ex-ajudante de ordens tenente-coronel Mauro Cid indicando que entregava o dinheiro das vendas em espécie.
"Tem vinte e cinco mil dólares com meu pai. Eu estava vendo o que, que era melhor fazer com esse dinheiro levar em 'cash' aí. Meu pai estava querendo inclusive ir ai falar com o presidente (...) E aí ele poderia levar. Entregaria em mãos. Mas também pode depositar na conta (...). Eu acho que quanto menos movimentação em conta, melhor né? (...)?.
Outros indícios da participação do ex-presidente se deve ao fato de as joias serem levadas ao exterior durante viagens presidenciais em aviões da FAB.
Moraes também autorizou o pedido de cooperação internacional feito pela PF para solicitar aos Estados Unidos a quebra do sigilo bancário dos investigados.
Ao saber da quebra, Bolsonaro também disse a interlocutores que já tinha decidido abrir seus sigilos e informado seus advogados da decisão e estava à disposição do STF.
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