Carlos Bolsonaro vai coordenar campanha de Ramagem à Prefeitura do Rio
O vereador Carlos Bolsonaro (hoje no Republicanos) vai coordenar a campanha nas redes sociais do deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ) à Prefeitura do Rio.
O filho do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) vai se filiar ao partido do pai, quando abrir a janela partidária, em março, e prestar o serviço. A informação foi divulgada pelo jornal O Globo e confirmada pelo UOL pelo presidente da legenda, Valdemar Costa Neto.
Carlos teve papel importante nas redes sociais do pai na campanha de 2018, então pelo PSL. Foi ele quem coordenou a estratégia que ajudou a popularizar Jair nas redes e tornar o então deputado, desconhecido por boa parte do eleitorado brasileiro, presidente da República.
Já na corrida presidencial, em 2022, Carlos teve sua atuação restringida dentro da coordenação de campanha pelas limitações impostas justamente pelo PL, legenda para a qual Jair havia migrado junto com o primogênito, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ).
A pré-candidatura de Ramagem à prefeitura entrou no centro do debate político na manhã desta quinta-feira, após a operação da Polícia Federal sobre o ex-diretor da Abin (Agência Brasileira de Inteligência).
Mais cedo, Valdemar disse à reportagem que a suspeita dos investigadores é "uma bobagem".
"Isso vai favorecer o Alexandre Ramagem no Rio porque a função dele como chefe da Abin era investigar. Eles compraram um aparelho. Cada dia falam uma bobagem", afirmou.
A operação contra Ramagem foi autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal).
Valdemar disse ainda que o presidente do Congresso, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), "já tinha que ter entrado com [pedido de] afastamento do Alexandre de Moraes do Supremo". O impeachment de ministro da Corte é um processo conduzido pelo Senado.
Pré-campanha esquenta
A ação sobre Ramagem elevou a temperatura nas discussões de bastidores sobre o xadrez político na capital fluminense.
Ramagem é o principal oponente ao atual prefeito Eduardo Paes (PSD) e o nome de Jair Bolsonaro na corrida pelo cargo. A tendência —ao menos até a manhã de hoje— é que o cenário local fique polarizado entre o nome defendido por Bolsonaro e o de Lula, que deve indicar o vice da chapa de Paes.
O presidente do PL diz que a operação é perseguição política e que pode até mesmo impulsionar a candidatura do aliado.
Para o PT, no entanto, a situação de Ramagem mudou e o caso vai obrigar os bolsonaristas a "discutir se o roteiro é esse mesmo ou se vai ser preciso trocar o candidato", disse o senador Humberto Costa (PE), coordenador nacional para eleições municipais do partido.
"A operação atinge pesadamente a candidatura [de Ramagem]. A ver o que vão descobrir na busca e apreensão", diz Humberto Costa.
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