Bolsonaro samba sobre a liberdade de imprensa

Na edição desta terça-feira (7) da Live UOL, comentei a declaração do presidente Jair Bolsonaro, que classificou como uma "aventura não recomendável" a viagem pela região amazônica do jornalista inglês Dom Phillips e do indigenista e servidor da Funai (Fundação Nacional do Índio) Bruno Araújo Pereira, desaparecidos desde domingo (5).

A fala confirma que o presidente não perde a oportunidade de ser insensível e demonstra mais uma vez sua falta de empatia. Além disso, é outra manifestação em que tenta fugir da própria responsabilidade de presidente da República, já que fica mais preocupado em dizer que não é culpado do que em apresentar soluções e demonstrar autoridade.

Apesar do conteúdo de seu discurso ser verídico, já que acidentes e execuções são realidade nessa região do país, Bolsonaro escolhe a pior forma de falar sobre o assunto. Ignora o choro de amigos e familiares. Despreza o sofrimento humano. Samba sobre o papel da liberdade de imprensa. Comportamentos, aliás, que desempenha com muito talento desde o primeiro mandato como deputado federal.

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Não é admissível que eles sumam e o presidente não tenha uma palavra de conforto para as famílias. Nesse Dia da Liberdade de Imprensa, em meio ao episódio do sumiço de um jornalista estrangeiro, é importante pensar no valor da vida humana e no quanto relativizamos ameaças e assassinatos de jornalistas também no interior do Brasil.

Além da infeliz declaração do presidente, nesta edição da Live UOL, falamos sobre a votação do STF, que derrubou por 3 votos a 2, a decisão do ministro Nunes Marques, que tinha devolvido o mandato ao deputado bolsonarista Fernando Francischini e sobre a fala de Lula que classificou o racismo como "uma doença que tomou conta do fascismo que governa o Brasil". Ao lado de Felipe Moura Brasil, debato os principais assuntos do país diariamente, das 17h às 18h, com transmissão ao vivo nos perfis do UOL no YouTube, no Facebook e no Twitter.