Empresário sofre golpe 'boa noite, Cinderela' e perde R$ 207 mil
Um empresário de 38 anos perdeu cerca de R$ 207 mil ao sofrer o golpe "boa noite, Cinderela" em uma loja de conveniência da Vila Madalena, em São Paulo.
Sócio de uma gestora do mercado financeiro, o empresário estava na loja de conveniência do Posto Flor de Goiás Total Energies, na rua Inácio Pereira da Rocha, quando foi abordado por dois rapazes e uma jovem.
Era madrugada e, durante a conversa, de maneira envolvente, como o empresário relatou à polícia, eles lhe ofereceram uma bebida alcoólica. Após ingeri-la, perdeu a consciência.
O empresário acordou somente às 10 horas da manhã, sem recordar com clareza o que havia acontecido _tinha apenas flashes de alguns acontecimentos. Logo percebeu que seu aparelho celular e cartões haviam sido levados. Os criminosos haviam feito transferências por meio do pix, bem como compras no crédito e no débito.
Um laudo toxológico realizado pelo Instituto Médico Legal detectou em sua urina a presença de cetamina, um anestésico que, além de induzir o estado de sonolência, pode ocasionar episódios de perda de memória.
É a mesma droga apontada como responsável, no ano passado, pela morte do ator Matthew Perry, astro de "Friends". De acordo com os médicos legistas, o ator tinha altos níveis de cetamina em suas amostras de sangue.
O empresário sofreu o golpe no ano passado e processou os bancos dos quais era cliente a fim de reaver os valores subtraídos. Ele argumentou à Justiça que as instituições permitiram a realização de transferências e compras completamente discrepantes do seu padrão de consumo.
"O empresário foi vítima da fragilidade do sistema de seguranças dos bancos", declararam seus advogados à Justiça. "Foram incapazes de suspender os serviços preventivamente em razão da movimentação suspeita." Além da devolução dos valores, cobrou uma indenização por danos morais.
Um dos bancos entrou em acordo com o empresário. Os demais se defenderam no processo afirmando que não tinham como saber previamente que as transações eram fraudulentas uma vez que foram realizadas com a digitação de senha pessoal. "Não havia nada de anormal que pudesse gerar dúvidas de segurança."
O juiz Swarai Cervone de Oliveira deu razão às instituições financeiras. Em decisão tomada no dia 18 de janeiro, afirmou que as transações efetuadas durante o golpe não fugiram ao perfil de gastos do empresário e que, portanto, não houve falha dos sistemas de segurança dos bancos.
Ele ainda pode recorrer.
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