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Novo plano de fuga de Bolsonaro para Itália dá extradição. Puro furo n'água
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Se o clã Bolsonaro consultasse a jurisprudência perceberia que a fuga à Itália representaria um "tiro no pé" de Jair e seus filhos.
Como a informação está repercutindo na Itália
Desde setembro de 2014 faz sucesso, na madrugada italiana, um programa radiofônico conduzido pelo respeitado jornalista e escritor piemontês de nome Stefano Mensurati.
Transmitido pela rádio RAI 1, dos estúdios de Roma, o programa conduzido por Mensurati colhe a opinião de especialistas convidados e conta, na formulação de perguntas, com a participação de ouvintes (ascoltatori). Atenção, sou um dos "uditori" (ouvintes) do programa.
O programa chama-se "Tra poco in edicola", que pode ser traduzido como "daqui a pouco nas bancas de jornais".
Mensurati visita todas as edições que serão disponibilizadas em bancas de venda, incluídas as regionais. Dos destaques jornalísticos, extrai temas para comentários e participações.
Como todos os jornais italianos destacaram a violência política consumada em Brasília, logicamente, Mensurati, depois de destacar a importância internacional do Brasil, ouviu um correspondente e recolheu comentários sobre a selvageria, o inconformismo dos perdedores bolsonaristas e o golpismo.
Num certo momento, Mensurati informou que os filhos do ex-presidente Jair Bolsonaro tinham, havia pouco, apresentado pedidos de reconhecimento de cidadania italiana. Isso junto ao município de Anguillara Veneta, de 4.739 habitantes e uma mulher prefeita.
A prefeita negou-se a falar sobre os pedidos.
Parêntese: no pequeno município todos sabem haver ocorrido o registro da cidadania de Jair Bolsonaro, que retroage à data do nascimento. Os antepassados de Bolsonaro eram italianos de Anguillara Veneta. Na Itália, a cidadania obtém-se pelo "jus sanguinis" (direito de sangue).
Não escapou a Mensurati —pois corria a informação—, informar poder a pressa dos rebentos de Bolsonaro estar correlacionada a uma ainda incerta responsabilização criminal do pai Jair, pelo sucedido domingo passado em Brasília.
Em outras palavras, a família Bolsonaro, pai e filhos, fixaria residência na Itália para escapar a uma responsabilização criminal e civil indenizatória, de danos patrimoniais. Como se diz entre os italianos: "La Paura FA Novanta" (o medo causa temores).
Ontem, mostrou o site de notícias da agência informativa do jornal La Repubblica, o de maior tiragem na Itália, a expressão de desalento de Matteo Salvini, vice primeiro-ministro, e da direita radical italiana e europeia, esta liderada por Marine Le Pen.
O ar de desalento de Salvini era motivado pelos atos de Brasília, com os terroristas identificados como bolsonaristas-raiz, identitários.
A propósito, Salvini foi o anfitrião de Bolsonaro quando este esteve, pela primeira vez na vida e em 2021, na Itália. Bolsonaro que participava de reunião do G20, aproveitou para conhecer Aguillara Veneta, localizada na região do Vêneto e província de Pádua. Na ocasião, Bolsonaro recebeu a cidadania honorária.
O plano B de fuga bolsonarista, como todas as ações do ex-presidente Bolsonaro, prima pela ignorância e incompetência.
No escândalo do mensalão, o condenado Henrique Pizzolato fugiu para a Itália a fim de evitar a prisão. Usou o passaporte do falecido irmão que, como ele, possuía dupla cidadania: brasileira e italiana.
O Brasil logrou a extradição de Pizzolato.
Em caso de dupla cidadania, a Itália considera a prevalente. Por exemplo, Pizzolato, fluente no italiano, nunca havia morado ou trabalhado na Itália. Sua vida tinha sido no Brasil. Portanto, restou extraditado.
O pai Jair e os rebentos não falam a língua italiana. Nunca residiram, trabalharam ou tiveram negócios na Itália. O ex-presidente só colocou os pés na Itália com mais de 60 anos de idade. Se for seguida a jurisprudência italiana, a cidadania prevalente será a brasileira.
De volta ao Brasil, Bolsonaro e os filhos parlamentares terão de montar um outro plano de fuga.
Quanto à Itália como lugar para fuga, os membros do clã construíram expectativa a "credere che um asino voli", ou seja e numa tradução livre, a acreditar em coisa impossível, como se um asno voasse.
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