Vídeo de fronteira fechada entre Brasil e Venezuela não é atual, é de 2019

É antigo um vídeo que circula nas redes sociais mostrando que a fronteira entre o Brasil e Venezuela foi fechada.

Na verdade, o post desinformativo usa um trecho de uma matéria do SBT, que foi ao ar em fevereiro de 2019.

O que diz o post

"A fronteira entre o Brasil e a Venezuela permaneceu fechada hoje pelo quarto dia consecutivo. O clima continua tenso e a presença de militares em Pacaraíma, perto da divisa entre os dois países, é grande", diz a jornalista Rachel Sheherazade.

Na sequência, o apresentador Carlos Nascimento também conta que dez homens da força nacional venezuelana desertaram e pediram exílio ao Exército brasileiro. Ele chama a repórter Lívia Raick, que relata a situação no local e mostra o que aconteceu em dias passados, como um confronto entre os militares e manifestantes.

O texto sobreposto ao vídeo diz que a "segurança é reforçada na fronteira entre Brasil e Venezuela". Na descrição do vídeo é colocado a data "30/11/2023" dando a entender que a reportagem é recentemente.

Nos comentários, o autor colocou um link para uma matéria da Agência Brasil, que fala sobre o Brasil ter reforçado presença militar na fronteira com Venezuela e Guiana.

Por que é distorcido

Matéria usada é antiga. O vídeo que aparece na postagem é de fevereiro de 2019, em uma das edições do SBT Brasil (aqui).

Fronteira foi realmente fechada, mas aconteceu em 2019. O fechamento da fronteira foi ordenado por Nicolás Maduro em 2019 (aqui), após o governo brasileiro ter anunciado ajuda humanitário ao país junto dos Estados Unidos (aqui).

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Sheherazade e Carlos Nascimento não fazem mais parte do SBT. Antigos apresentadores titulares do SBT Brasil, Carlos Nascimento e Rachel Sheherazade foram dispensados da emissora após não renovarem contrato em 2020 (aqui e aqui).

Fronteira está atualmente aberta (veja aqui), mas Brasil aumentou número de militares na região. A presença do Exército brasileiro na fronteira acontece devido às tensões entre Venezuela e Guiana pelo controle do território de Essequibo, região com mais de 160 mil quilômetros, rica em recursos naturais e que está sob administração da Guiana, como diz a própria matéria da Agência Brasil (aqui). O governo brasileiro não tomou partido na situação e busca uma solução negociada e pacífica para o caso (aqui).

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