Vídeo de tortura é cena de filme, não imagens reais feitas na Venezuela
Uma cena de um filme em que homens amarrados pelas mãos são torturados circula nas redes sociais como se fosse real e como se estivesse acontecendo recentemente na Venezuela.
As imagens, na verdade, são do filme Simón, disponível na Netflix.
O que diz o post
A publicação mostra um vídeo com cinco homens sem camisa e de costas com as mãos amarradas em um cano enquanto outro homem vestido de preto conversa com eles.
As imagens acompanham as seguintes legendas sobrepostas ao vídeo: "Prisioneiros políticos na Venezuela a mando de Maduro" e "Meu Deus, olha como está a ditadura na Venezuela Jovens detidos desse jeito lutando pela liberdade".
A publicação traz a seguinte legenda: Democracia Relativa do Lula ae Manifestantes que se opuseram ao regime do dit@d0r Maduro presos na Venezuela, apoiado pela Suprema Corte do país a mando do criminoso dit@d0r. Quando alguns não "somem", são torturados. A ficção saindo das telas para vida real! #venezuela TRISTE MOMENTO, acorda Brasil enquanto ainda há tempo!
Por que é falso
Imagens são de filme. Por meio de pesquisa reversa, é possível encontrar a mesma cena, que é, na verdade, retirada do filme Simón, disponível na Netflix (veja aqui). As imagens que circulam nas redes sociais como se fossem atuais da Venezuela podem ser vistas aos 30 minutos e 30 segundos do filme.
Trailer mostra cena. Aos 21 segundos do teaser do filme também é possível ver a mesma imagem usada nos posts (aqui e abaixo).
Filme conta história de jovem que foge da Venezuela. Simón é um líder estudantil que protestou contra a ditadura em seu país em 2017 e decide pedir asilo político nos Estados Unidos para tentar uma nova vida. O trailer do filme diz que a trama é baseada em fatos reais. Em junho de 2017, jovens denunciaram tortura e violência sexual em repressão a protestos na Venezuela (aqui).
Venezuela vive onda de protestos. É verdade que o país tem registrado diversas manifestações após as eleições que ocorreram no final de julho em que Nicolás Maduro foi proclamado presidente (aqui). Ao menos 25 pessoas morreram e 192 ficaram feridas nos protestos (aqui). No começo do mês, o diplomata Edmundo González Urrutia, principal candidato opositor a Maduro, se autoproclamou o novo presidente da Venezuela (aqui).
Viralização. Um vídeo publicado no Instagram tinha, até esta quinta-feira (15), cerca de 190 mil visualizações.
Este conteúdo também foi checado por Reuters.
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