Batalhão de Choque invade antigo museu no Maracanã e retira índios
O Batalhão de Choque invadiu, no final da manhã desta sexta-feira (22), o antigo Museu do Índio, na Aldeia Maracanã, zona norte do Rio de Janeiro, ocupado por índios e manifestantes simpatizantes. No momento da invasão, ainda havia 14 índigenas no local, que foram retirados à força. Outras seis pessoas saíram mais cedo voluntariamente, após um acordo com o governo para que fosse levadas a um terreno em Jacarepaguá, zona oeste da cidade. Às 11h50, dois disparos chegaram a ser ouvidos.
A polêmica disputa pelo terreno no qual está situado o antigo Museu do Índio, no entorno do Maracanã --que será o principal estádio da Copa do Mundo no Brasil, em 2014--, no Rio de Janeiro, começou em outubro de 2012. Os indígenas ocupavam o local desde 2006. Os ocupantes queriam que o local se transformasse em um centro cultural. A polícia foi para o local para cumprir um mandado de desocupação expedido pela Justiça Federal na última sexta-feira (15). O prazo final para os índios deixarem o local terminou nesta quinta-feira (21) .
Com a entrada do homens do Batalhão no local, os manifestantes que se dirigiram ao local no início da manhã e que protsetavam do lado de fora contra a desocupação se sentaram na pista da Radial Oeste e fecharam a pista. A polícia utilizou spray de pimenta e bombas de efeito moral para dispersar o protesto, mas a via continuava fechada, segundo o Centro de Operações. Manifestantes chegaram a jogar pedras nos policiais e houve confronto em alguns casos.
O coronel Frederico Caldas, relações públicas da Polícia Militar, disse que a invasão se deu após um incêndio iniciado no interior do museu. O Corpo de Bombeiros precisou ir até o local para apagar as chamas. "Eles começaram a colocar fogo numa oca. O fogo se espalhou pelas árvores e ia chegar até o prédio. Se nós não entrássemos, estaríamos agora diante de cinzas", afirmou. Ele disse ainda que índios e manifestantes começaram a jogar pedras quando a polícia entrou.
Já o índio Michael Oliveira, da etnia Arauaque, relata que o Batalhão de Choque invadiu o local no meio de um ritual indígena. "A gente estava fazendo nosso ritual e a políciaentrou desrespeitando a gente. Me bateram com cacetete, jogaram gás, ao contrário do que foi combinado", contou.
Segundo o deputado estadual Geraldo Pudin (PR), que acompanhou as negociações do lado de dentro do museu, foi feito um acordo para que a entrada dos policiais do Batalhão de Choque fosse pacífica. Entretanto houve resistência à ação policial. A polícia usou spray de pimenta e balas de borracha contra os manifestantes.
O deputado estadual Marcelo Freixo (PSOL), que também acompanhou as negociações entre índios e governo, reclamou de truculência na ação policial. "Jogaram spray de pimenta na minha cara. Uma ação violenta. A ordem judicial estava sendo finalizada", afirmou Freixo.
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