"Não é um dia de comemorar", diz Freixo sobre prisões do caso Marielle
O deputado federal Marcelo Freixo (PSOL- RJ) afirmou que as prisões de dois suspeitos de matar a vereadora Marielle Franco (PSOL) e o motorista Anderson Gomes, assassinados em 15 de março de 2018, não tornam o dia um motivo para celebrar. Ele criticou a demora para a prisão do policial reformado Ronnie Lessa e do ex-PM Élcio Vieira de Queiroz, detidos na manhã de hoje em operação conjunta do MP (Ministério Público) e da Polícia Civil do Rio de Janeiro.
"Não é um dia de comemoração, dizer que sente felicidade, é mais um dia triste, mas importante, a gente reconhece, mas um ano é um tempo inaceitável, não há justificativa para que só agora tenha a informação de quem executou, mas que bom que chegou, esperamos que seja acompanhada de provas contundentes, me parece que elas existem", disse Freixo.
Lessa foi denunciado pelo MP de ser o autor dos disparos que mataram Marielle e Anderson, enquanto Queiroz é suspeito de ser o motorista do carro usado para cometer o crime. Os advogados dos dois presos negaram que ambos tiveram participação no crime (veja abaixo).
Antes de ser eleita vereadora em 2016 pelo PSOL, Marielle foi assessora parlamentar de Freixo e participou da CPI das Milícias, realizada pela Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), ao lado do então deputado estadual.
"Que bom que a Polícia Civil conseguiu trabalhar junto do Ministério Público e junto da Polícia Federal, a quem agradeço publicamente pelo fato de ter entrado investigando a investigação, porque havia interesse político para que a investigação não chegasse onde começa a chegar", disse Freixo.
A Polícia Civil do Rio de Janeiro classificou os assassinatos como um "crime que foge à regra". O delegado Giniton Lages, da Delegacia de Homicídios, disse que as prisões dos suspeitos de serem o atirador e o motorista do veículo, efetuadas hoje, são apenas a "primeira fase" das investigações. Segundo ele, a motivação ainda não foi elucidada. "Nada está encerrado", disse o delegado.
Para Freixo, encontrar o mandante do crime é fundamental para quem deseja viver em um país democrático e que a morte de Marielle foi um crime contra a democracia.
"Quem matou Marielle não foi apenas quem apertou o gatilho, foi quem desejou, contratou sua morte, politicamente desejou eliminar Marielle, é importante para o país saber quem mandou matar, esse é um crime contra a democracia, se não descobrirmos a razão, a motivação da morte da Marielle, a gente não tem democracia nesse país, há um grupo político no Rio de Janeiro no século 21 capaz de matar como forma de fazer política, isso é inaceitável", afirmou o parlamentar.
Outro lado
A defesa de Queiroz explicou que o ex-PM sequer estava no local do crime no dia. "Tenho certeza que não há foto dele no carro, nem muito menos gravação dele neste dia. Tenho certeza que a vítima que sobreviveu não vai reconhecer o meu cliente", explicou o advogado Luiz Carlos Azenha.
Ele classificou de "trapalhada" a medida do MP e da Polícia Civil. "Trata-se mais uma vez de outra trapalhada da Polícia Judiciária com todo respeito à gloriosa Polícia Civil, mas nós já vimos que esse procedimento criminal, persecução penal, vem de outras trapalhadas", disse.
O advogado Fernando Santana, responsável pela defesa de Lessa, também destacou a inocência do seu cliente. "Tive contato com ele muito rápido, mas ele nega que tenha cometido qualquer tipo de assassinato. Vou ter acesso ao inquérito, pois até agora não tive - primeiro está em segredo de Justiça, mas agora já peticionamos para poder termos ideia de como chegaram na prisão do Ronnie Lessa", afirmou.
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