Após casos de violência, PM de SP começa a usar câmeras nos uniformes
Os policiais militares de São Paulo começaram a usar câmeras presas aos uniformes neste sábado (1º). A medida, anunciada em julho, surgiu em meio à escalada de casos de violência policial no estado.
De acordo com a SSP-SP (Secretaria de Segurança Pública de São Paulo), 585 policiais do Comando de Policiamento da Capital já começaram a usar as câmeras neste sábado com o objetivo dar "mais transparência às ações" da PM. "As gravações preservam a atuação dos policiais e os direitos individuais dos cidadãos, além de fortalecer a produção de provas judiciais", declarou a SSP, por meio de nota.
Batizado "Olho Vivo", o programa foi anunciado pelo governo do estado no final de julho. Ao Todo, serão incorporadas mais de 3 mil câmeras aos uniformes dos policiais.
Segundo o governador João Doria (PSDB), os equipamentos em circulação foram doados pela iniciativa privada. Agora, está em andamento uma licitação internacional para a aquisição de mais 2.500.
Projeto surge em meio a denúncias de violência policial
O "Olho Vivo" foi anunciado pelo governo paulista no dia 22 de julho após uma série de denúncias e gravações de violência policial na capital paulista. O objetivo, explicou o governo, é coibir excessos por parte dos policiais.
De acordo com um levantamento do UOL com dados da SSP, a polícia de São Paulo nunca matou tanto no primeiro semestre quanto em 2020, sob gestão Doria. No mesmo período, o número de vítimas de homicídios dolosos (quando há intenção) e o número de policiais mortos também subiu. Esses índices costumavam ser utilizados como referências positivas dos governos tucanos até pelo menos 2018.
Até o dia 24 de julho, as polícias Civil e Militar mataram, juntas, 514 pessoas em supostos tiroteios, durante o serviço e também durante a folga, de janeiro a junho. É o maior número da série histórica do governo paulista, que iniciou em 2001.
O objetivo do projeto, diz o governo, é tentar coibir esta escala. "O uso vai auxiliar e muito nas provas das ações policiais. E poderão ser utilizadas pela polícia, segurança pública e Justiça. A iniciativa vai, sim, reduzir, e muito, o nível de violência de poucos policiais que cometem excessos", declarou Doria ao anunciar o programa.
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