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Festa, colegas, amigos: relembre assassinatos de petistas e bolsonaristas

Da esquerda para a direita: Edmilson Freire da Silva, Jorge Guaranho e Rafael Silva de Oliveira, presos por assassinatos por motivação política - Reprodução
Da esquerda para a direita: Edmilson Freire da Silva, Jorge Guaranho e Rafael Silva de Oliveira, presos por assassinatos por motivação política Imagem: Reprodução

Do UOL, em São Paulo

05/10/2022 19h12

Com o assassinato do estilista bolsonarista José Roberto Gomes Mendes, 51, morto ontem a facadas pelo petista eletricista Luiz Antonio Ferreira da Silva, 42, em Itanhaém, litoral de São Paulo, já foram registrados seis homicídios com possível motivação política neste ano de eleição presidencial no país.

Em meio a um cenário de polarização política entre o presidente Jair Bolsonaro (PL) e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que disputam o segundo turno, especialistas alertam para a "nacionalização" da escalada da violência política, até então restrita a disputas regionais nas urnas.

O cenário de medo foi retratado em levantamento do Datafolha a pedido do Fórum Brasileiro de Segurança Pública e da Raps (Rede de Ação Política pela Sustentabilidade), divulgado há três semanas. Segundo o estudo, 7 em cada 10 pessoas dizem ter medo de ser agredidas em razão das suas escolhas políticas. O instituto ouviu 2.100 pessoas em cerca de 130 municípios entre 3 e 13 de agosto.

Relembre os casos de mortes ligadas a discussões sobre política:

Morto em festa alusiva ao PT

O caso de maior repercussão ocorreu na noite de 9 de julho, quando o policial penal bolsonarista Jorge Guaranho invadiu uma festa para matar o guarda municipal petista Marcelo Arruda, que comemorava o aniversário de 50 anos com uma festa alusiva ao PT, em Foz do Iguaçu (PR).

Segundo investigação conduzida da Polícia Civil, Guaranho baixou e reproduziu músicas em referência a Bolsonaro segundos antes de ir à festa do petista.

Guaranho, denunciado por homicídio qualificado, está preso preventivamente desde a madrugada de 13 de agosto no Complexo Médico Penal de Pinhais, na região metropolitana de Curitiba.

Ferido após ser atingido por seis tiros dados por Arruda, que revidou aos disparos dados pelo atirador, o policial penal levou mais de 20 chutes na cabeça em quase seis minutos de agressões após o tiroteio.

Assassinato com 70 facadas

Na noite de 7 de setembro, o Rafael Silva de Oliveira matou a facadas Benedito Cardoso dos Santos na zona rural de Confresa (MT). Preso no dia seguinte, ele confessou ter cometido o crime após discussão sobre política em depoimento à Polícia Civil.

Preso preventivamente por homicídio duplamente qualificado por motivo fútil e meio cruel, ele tem antecedentes criminais por tentativa de latrocínio e estelionato.

Antes dos crimes, uma irmã de Rafael foi até a Justiça de Mato Grosso, em abril de 2019, solicitar internação compulsória, apresentando laudos indicando que o irmão sofre de transtornos mentais, como esquizofrenia, e apresentava quadros de surto psicótico grave, com delírio e ideias homicidas. Mas o pedido foi negado pela Justiça.

'Quem é eleitor do Lula?'

No dia 24 de setembro, Edmilson Freire da Silva, 59, entrou em um bar em Cascavel (CE), questionando quem votaria no petista, segundo testemunhas. Após Antônio Carlos Silva de Lima, de 39 anos, responder que votaria no petista, ele foi esfaqueado na costela.

Edmilson tem passagens por lesão corporal dolosa, no contexto de violência doméstica. A Polícia Civil confirmou que o crime se deu após discussão política. Ele foi preso em flagrante.

Edmilson Freire da Silva, de 59 anos, foi preso  - Divulgação/Polícia Civil do Ceará - Divulgação/Polícia Civil do Ceará
Edmilson Freire da Silva, de 59 anos, já tinha passagem por violência doméstica
Imagem: Divulgação/Polícia Civil do Ceará

Outro crime com faca

No mesmo dia, Hildor Henker, que vestia uma camisa com menção a Bolsonaro, morreu esfaqueado também em um bar no município de Rio do Sul, em Santa Catarina. Ele chegou a ser levado ao hospital, passou por uma cirurgia, mas não resistiu e morreu.

A polícia identificou autor do crime, um homem de 58 anos, e informou que ele é conhecido por ser simpatizante do PT, mas não revelou o nome dele. Ele foi preso em flagrante.

sc - Reprodução/Redes Sociais - Reprodução/Redes Sociais
Hildor Henker vestia a camiseta de Bolsonaro quando foi morto em SC
Imagem: Reprodução/Redes Sociais

Tiros em evento político

Dois dias depois, Ianário Pereira Souza Rocha, motorista da candidata a deputada estadual Sabrina Veras (MDB-CE), foi morto a tiros durante um evento político em Fortaleza, capital cearense.

Em comunicado, a equipe da candidata diz que a comitiva foi vítima de "violência" no ato. "Na ação criminosa, o motorista da equipe, Ianário Pereira Souza Rocha, foi brutalmente assassinado. As autoridades policiais já iniciaram as investigações no local para apurar a motivação do crime."

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Ianário Pereira Souza Rocha foi morto a tiros em Fortaleza, no Ceará
Imagem: Reprodução/Instagram

Amigo morto

A sexta morte foi ontem, quando o estilista bolsonarista José Roberto Gomes Mendes, 51, morto ontem a facadas pelo petista eletricista Luiz Antonio Ferreira da Silva, 42, em Itanhaém, litoral de São Paulo. Ambos moravam juntos a 5 anos. O petista alegou legitima defesa.

Segundo relato do petista à Polícia Civil, o desentendimento começou após a vítima dizer, enquanto almoçavam, que "todo o petista era ladrão". Luiz Antonio afirmou ter respondido: "você está comendo a comida que o petista comprou". Depois, disse ter sido atacado o amigo bolsonarista com a mesma faca que ele usou para reagir. O petista foi preso em flagrante no local.

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O eletricista Luiz Antonio Ferreira da Silva, que, segundo a polícia, confessou ter matado o estilista José Roberto Gomes Mendes
Imagem: Reprodução