Um detector de metais e um sonho: caçador de moedas quer juntar R$ 1 milhão
Mateus Natan da Silva, de 25 anos, tem uma "profissão" diferente. Durante cinco horas do seu dia, ele sai caminhando pelas praias de Balneário Camboriú (SC), com um detector de metais.
Toda vez que o aparelhinho apita e acende uma luz, uma esperança vem como onda: uma moedinha pode estar escondida na areia —ou será um relógio de luxo?
O jovem detectorista sonha em lucrar R$ 1 milhão com suas caçadas —e coloca os seus mais de 164 mil seguidores nas redes sociais empenhados na missão. Até agora, os resultados indicam que o objetivo será alcançado... mas só pelas próximas gerações.
É que, desde setembro de 2022, Mateus só conseguiu juntar o equivalente a R$ 3.442.
Admito que é a meta de R$ 1 milhão é ambiciosa. Se for considerar tudo que já peguei e fazer uma média, levaria uns 300 anos, mas quem sabe algum um dia eu consigo pegar algo de muito valor e alavancar essa saga?
Ele alimenta o desejo de, em um desses dias de caçada, se deparar com um objeto tão valioso que mudaria de vez suas finanças.
"Meu sonho é encontrar um Rolex, bateria a saga do milhão rapidinho", diz Mateus, com bom humor. Se isso acontecer, o detectorista pretende comprar um apartamento à beira-mar para ficar bem pertinho das praias. E, claro, continuar com a "caça" de objetos valiosos.
Enquanto o milhão não vem, ele continua produzindo vídeos nas redes sociais (seu outro ofício) e acumula, além de moedinhas antigas, alguns haters.
Já no primeiro episódio que postei no Instagram, em que eu tinha achado 70 centavos e uma chave, o conteúdo viralizou. Ganhei 100 mil seguidores em apenas 20 dias. Todo mundo queria acompanhar como seria a saga do R$ 1 milhão. Gerou curiosidade.
Alguns internautas dizem que seu conteúdo é falso, mas Mateus fica firme. "Tento evitar ver os comentários para não ter frustrações, apenas mostro o meu conteúdo e a realidade."
Entre os itens que ele já encontrou, estão moedas antigas, carrinhos de colecionador, alianças de ouro, anéis, correntes e pingentes. Seus achados preferidos são duas moedas de prata de 1922 e 1935.
As caçadas ocorrem de duas a três vezes na semana, entre três e cinco horas por dia, nas praias próximas de onde mora, como Praia Central de Balneário, Taquaras, Estaleiro, Laranjeiras, Praia do Rosa e Jurere. Atualmente, o rapaz utiliza dois detectores de metal, avaliados em R$ 9 mil e R$ 2 mil.
Amor antigo
A paixão pelo detectorismo surgiu ainda na infância, quando Mateus tinha 10 anos. Com apoio do pai, ele comprou um detector de metal simples, mas como não teve resultados em um primeiro momento, se frustrou e deixou a atividade de lado.
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Quero receber"O detectorismo é realmente difícil e só ficam as pessoas que têm muita paciência e persistência."
O desejo de investir no ramo ressurgiu no ano passado, quando seu pai trouxe a ideia à tona.
"Como meu detector estava guardado decidimos tentar novamente, mas eu falei que dessa vez começaria a gravar e postar nas redes, já que eu trabalho com isso."
Segundo Mateus, o detectorismo tem crescido. Prova disso é o número de caçadores de moedas que ele encontra todos os dias em qualquer praia que vá.
No Brasil, a prática de detectorismo não é proibida, mas há ressalvas: a atividade não pode ser feita em lugares tombados ou sítios arqueológicos, por exemplo.
Quando fala sobre a concorrência, Mateus diz não se intimidar: "Existem muitos quilômetros de praia para desbravar, tem espaço para todos."
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