Conteúdo publicado há 5 meses

Vídeos mostram mais de 30 corpos de animais retirados da Cobasi no RS

Vídeos feitos após nova vistoria no petshop Cobasi, em Porto Alegre (RS), nesta quinta-feira (23), mostram 38 corpos de animais retirados da loja pelos agentes. A ação foi realizada pela Polícia Civil, Comando Ambiental da Brigada Militar, Ibama e IGP (Instituto Geral de Perícias).

O que aconteceu

Os computadores da loja foram guardados no mezanino para evitar que a água os atingisse, enquanto os animais foram deixados no subsolo. A informação é da delegada Samieh Saleh, em entrevista ao UOL.

O mezanino não foi atingido pela enchente. "Identificamos que os computadores, CPUs que estavam nos caixas no subsolo foram retirados e colocados no mezanino. Eles tiveram esse cuidado em retirar os eletrônicos, mas os animais ficaram embaixo", disse Samieh.

O número de corpos na loja pode ser maior. "Estava uma escuridão, fizemos uma busca em uma loja inteira com ajuda de lanternas, cheio de objetos no chão. Bem possivelmente que tenha bem mais", afirmou a delegada.

Uma lista dos animais que estavam na unidade foi solicitada à Cobasi. Os corpos encontrados nesta quinta serão analisados pelo IGP.

A gerente da loja já foi ouvida pela Polícia Civil, assim como representantes do Shopping Praia de Belas, onde fica a loja. Novos depoimentos devem acontecer nos próximos dias.

O UOL entrou em contato com a Cobasi sobre a transferência dos computadores para o mezanino. Se houver resposta, o texto será atualizado.

Cobasi se posiciona

Por meio de nota divulgada após a publicação da reportagem, a Cobasi reforçou que a loja teve que ser evacuada de forma emergencial. Segundo o comunicado, tudo foi colocado acima de um metro de altura do salão no dia 3. Porém, a água na noite do dia 4 e na madrugada do dia 5 chegou aos 3,5 metros de altura, ultrapassando a barreira de sacos de areia colocada na porta da unidade.

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A empresa ainda diz que quatro CPUs foram levadas ao andar superior porque estavam a 20 centímetros do chão. "Porém todos os outros equipamentos relacionados aos checkouts permaneceram em suas posições originais (acima de 1 metro de altura) tais como: monitores, teclados, impressoras de cupom fiscal, teclados pin pad (para cartões de crédito/débito) e leitores de código de barras dos produtos". Os equipamentos não removidos foram danificados, afirma a loja.

A gerência da unidade entendeu que não havia risco de inundação porque a água estava estabilizada às 18h30 do dia 4, segundo relato de um funcionário do shopping, diz o comunicado. "Todo este relato acima será confirmado e provado nos autos".

A Cobasi lamentou a morte dos animais e ressaltou que não havia cães ou gatos no local. "A Cobasi lamenta profundamente o ocorrido. A empresa ressalta ainda que está colaborando com as investigações realizadas pelas autoridades e que irá comprovar todas as informações relatadas acima nos autos".

Vídeo mostra mezanino da Cobasi sem água

Um vídeo divulgado pelo Ibama mostra a primeira vistoria feita pelo órgão na Cobasi de Porto Alegre, no último domingo (19). A Polícia Civil, Brigada Militar, bombeiros e a ONG Princípio Animal também participaram da visita no local onde animais morreram afogados após as enchentes que atingem a cidade.

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Um trecho da imagem mostra os agentes entrando no mezanino da unidade. O local não foi atingido pela água.

No vídeo é possível ver os representantes dos órgãos caminhando por um corredor, onde camas para animais, rações e outros produtos estão preservados.

A Polícia Civil instaurou inquérito para investigar as circunstâncias que levaram à morte dos animais deixados na Cobasi. O petshop confirmou, na sexta-feira (17), que os animais morreram afogados.

Suspeitos podem responder por crime de maus tratos e ser condenados de 3 meses a 1 ano de prisão. Se houvesse cachorros ou gatos, explica a delegada, a pena podia chegar a 5 anos.

O Shopping Praia de Belas disse que comunicou a Cobasi em relação ao risco de "alagamento severo" da loja. O shopping ainda afirma que ofereceu toda assistência necessária para acesso ao local.

Já a Cobasi justificou que o petshop teve que ser deixado de forma emergencial, "seguindo as orientações das autoridades locais". "Foi garantido que os animais estivessem seguros e com o necessário para a sobrevivência até o retorno dos colaboradores que considerávamos ser breve. Mas a tragédia foi sem precedentes e, apesar das tentativas constantes da empresa nos últimos dias, não foi possível o acesso seguro à loja devido o nível da água".

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