Polícia tem imagem de suspeito de atentado contra delator do PCC em 2023
A Polícia Civil tem uma foto de um suspeito de cometer um atentado contra o empresário Antônio Vinícius Lopes Gritzbach no Natal de 2023, disse ao UOL o delegado-geral da Polícia Civil de São Paulo, Artur Dian, nesta segunda-feira (11). A polícia atua para identificá-lo.
Gritzbach, 38, foi morto a tiros em um ataque no aeroporto de Guarulhos na sexta-feira (8).
O que aconteceu
A investigação do caso segue em andamento, segundo Dian. A apuração corre sob sigilo no DHPP (Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa).
A apuração do atentado de 2023 também poderá ser usada na investigação da morte de Gritzbach, informou o delegado-geral, com a possibilidade de "confrontar os suspeitos" de ambos os casos.
A SSP (Secretaria da Segurança Pública) anunciou criação de uma força-tarefa para investigar o crime. O grupo foi oficializado através de uma resolução assinada por Derrite e publicada hoje no Diário Oficial do Estado.
Atentado em 2023
Gritzbach sofreu um atentado a tiros no Natal de 2023. O atirador disparou contra uma janela do apartamento do empresário localizado no Jardim Anália Franco, no Tatuapé, na zona leste de São Paulo. Ele passava o Natal com os pais, filhos e tios na residência.
De acordo com os relatos, no final da tarde de Natal, o empresário se encontrava na sala do imóvel de luxo, ao lado da família. À época, segundo a coluna de Josmar Jozino no UOL, o então advogado de Gritzbach, Ivelson Salotto, disse que o cliente estava ao lado da mãe e se aproximou da janela para fazer gravar um vídeo com o celular. Neste momento, foi feito o disparo. A bala estilhaçou os vidros da janela. Ninguém se feriu.
Policiais civis do DHPP estiveram no local do disparo com peritos. As autoridades acreditam que o tiro partiu de um prédio vizinho, de cima para baixo.
Entenda o caso
O empresário Antônio Vinícius Lopes Gritzbach, 38, foi morto a tiros na sexta-feira (8) logo após deixar o saguão de desembarque do Aeroporto de Guarulhos. Ele era ameaçado de morte pelo PCC (Primeiro Comando da Capital) e pivô de uma guerra interna na facção criminosa. Gritzbach foi atingido por dez tiros.
Além de Gritzbach, outra pessoa morreu e duas ficaram feridas. O motorista Celso Araújo Sampaio de Novais, 41, foi levado para a UTI após ser atingido por um tiro nas costas, mas não resistiu e morreu no sábado (9). Samara Lima de Oliveira, 28, e o funcionário de uma empresa terceirizada do aeroporto, Willian Sousa Santos, 39, também foram socorridos ao Hospital Geral de Guarulhos.
Nenhum dos três tinha ligação com o empresário assassinado, disse a polícia. William sofreu ferimentos na mão direita e ombro e ficou em observação. Samara, atingida superficialmente no abdômen, já recebeu alta médica.
Gritzbach era ameaçado de morte e havia recompensa por sua execução. Ele era acusado de ser o mandante da morte de um narcotraficante ligado ao PCC e também por delatar ao Ministério Público de São Paulo policiais civis envolvidos em casos de extorsão. Em abril, ele entregou ao Gaeco (Grupo de Atuação Especial e de Combate ao Crime Organizado) um áudio de uma conversa entre dois interlocutores negociando a morte dele por R$ 3 milhões.
O empresário era réu pelos assassinatos de dois homens: Anselmo Becheli Santa Fausta, 38, o Cara Preta, criminoso influente no PCC — além do motorista de Cara Preta, Antônio Corona Neto, 33, o Sem Sangue. A dupla foi morta a tiros em dezembro de 2021 no Tatuapé, zona leste de São Paulo. Noé Alves Schaum, 42, acusado de ser o executor do crime, foi assassinado em janeiro de 2022, no mesmo bairro.
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