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Razão de ausência de Amazonino, covid-19 vira tema de debate em Manaus

Candidatos à Prefeitura de Manaus durante o debate organizado pela TV Band - Divulgação/David Almeida
Candidatos à Prefeitura de Manaus durante o debate organizado pela TV Band Imagem: Divulgação/David Almeida

Rosiene Carvalho

Colaboração para o UOL, em Manaus

02/10/2020 02h26

Razão da ausência de Amazonino Mendes (Podemos), líder das pesquisas de intenção de votos, a covid-19 virou o grande tema durante o debate entre os candidatos a prefeito de Manaus realizado pela TV Band na noite desta quinta-feira (1º).

O enfrentamento pelo governo do Amazonas e pela Prefeitura de Manaus à pandemia e as crises do sistema de saúde estiveram presentes nos questionamentos entre os oito candidatos.

O sistema de saúde e funerário da cidade foi o primeiro a entrar em colapso no Brasil durante a pandemia. Neste momento, volta a registrar aumento de casos e internações.

O candidato Amazonino Mendes, que, segundo todas as pesquisas eleitorais divulgadas até o momento, aparece como nome certo no segundo turno, faz parte do grupo de risco. Ele tem 80 anos, é cardiopata e sofre de diabetes. Justificou que, obedecendo às regras de isolamento social recomendadas pela OMS (Organização Mundial de Saúde), não participaria do debate.

Estiveram presentes Capitão Alberto Neto (Republicanos), Coronel Alfredo Menezes (Patriota), Romero Reis (Novo), José Ricardo (PT), Marcelo Amil (PCdoB), Alfredo Nascimento (PL), David Almeida (Avante) e Ricardo Nicolau (PSD).

Os problemas no transporte e na segurança pública, entre outras questões, foram abordados superficialmente. Ataques ao PT e ao governo Bolsonaro também passaram pelos embates.

Perderam espaço para a tentativa de confronto, sobretudo, entre os candidatos novatos contra os mais experientes. Falta de dados específicos sobre o que era motivo de acusações ou sobre a cidade ficaram evidentes.

Diferentemente de outras capitais, em que os líderes das pesquisas viraram alvo dos candidatos, Amazonino Mendes foi poupado mesmo estando ausente. O histórico de gestor do líder das pesquisas ficou de fora das críticas dos candidatos presentes no debate.

Farpas entre bolsonaristas

O debate mostrou ainda que os candidatos de direita que disputam o apoio do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) em Manaus mostram tanta antipatia uns pelos outros quanto pelos candidatos que representam a esquerda.

O candidato Capitão Alberto Neto partiu para acusação de que o candidato José Ricardo representava em Manaus o partido com maior histórico de corrupção do país. José Ricardo, que até agora não usa a sigla PT em seu material de campanha, reagiu dizendo que o candidato do Republicanos defende um governo com escândalos de corrupção e que pouco ajudou Manaus durante o pico da pandemia.

Logo depois, Coronel Menezes e Romero Reis, dois antigos amigos e militares da reserva do Exército, trocaram acusações sobre a falta de experiência de cada um e de quem era ou não aliado do Bolsonaro.

Dados da covid

Desde o dia 24 de março, quando morreu a primeira pessoa no estado por covid-19, o Amazonas registra oficialmente 4.159 mortes pela doença e 140.240 casos confirmados.

No entanto, só em Manaus, de 13 de abril a 31 maio, o número de enterros, acima da média diária antes da pandemia, totalizaram 4.609 mortos. Neste período, pessoas morreram em casa e chegavam às portas dos hospitais e não conseguiam atendimento.

Dos óbitos confirmados, 2.631 óbitos são de Manaus e os demais 1.528 de outros 61 municípios.