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A duas semanas da eleição, Lula pede atenção a 'mentira no zap' e fake news

O ex-presidente Lula (PT) discursa durante ato de campanha em Porto Alegre, capital do Rio Grande do Sul - Silvio Avila/AFP
O ex-presidente Lula (PT) discursa durante ato de campanha em Porto Alegre, capital do Rio Grande do Sul Imagem: Silvio Avila/AFP

Do UOL, em São Paulo

16/09/2022 21h26Atualizada em 16/09/2022 21h47

Em ato de campanha em Porto Alegre hoje, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pediu para os eleitores ficarem "alerta com as mentiras nos zaps" a duas semanas da eleição. "Gente, só faltam 16 dias. Daqui para frente, a gente tem que ficar alerta com as mentiras nos zaps [WhatsApp]. A gente ficar alerta com fake news", citando um dos principais problemas do pleito de 2018, vencida pelo atual presidente, Jair Bolsonaro (PL), seu principal adversário na disputa.

A gente tem que ficar alerta com as mensagens e não deixar passar nenhuma mentira. E a gente vai poder, no dia 2 de outubro, resolver o nosso problema com a história deste país. Eu tenho certeza que nós temos condição de ganhar
Luiz Inácio Lula da Silva, candidato do PT a presidente

Em um discurso que durou cerca de 30 minutos, o petista voltou a chamar o presidente Jair Bolsonaro (PL) de genocida. Lula também lembrou da violência política e dos assassinatos de dois apoiadores petistas: Marcelo Arruda e Benedito Cardoso dos Santos.

"Quero que cada mulher tenha a certeza que não vai perder o filho para bala perdida. A gente tem um genocida que tem prazer em fazer decreto para arma quando deveria fazer decreto para liberar livro", disse o candidato.

"Ladrão" e imóveis do clã. Lula ainda criticou a campanha de Bolsonaro, que chama o petista de "ladrão", e lembrou da apuração do UOL sobre a compra dos 51 imóveis do clã Bolsonaro.

"Ele agora, na televisão, está me ofendendo e me chamando de ladrão. Mas não fui eu que comprei 51 imóveis e paguei em R$ 26 milhões à vista, como ele fez", disse. O clã, porém, não pagou os imóveis apenas com dinheiro vivo. A parte apenas em dinheiro vivo destas transações é de pelo menos R$ 5,7 milhões, ainda em valores da época; hoje, esta quantia equivale a cerca de R$ 11 milhões.

Dilma chama Bolsonaro de 'pior presidente do mundo'. A ex-presidente Dilma Rousseff (PT) criticou o presidente Jair Bolsonaro (PL) durante evento da campanha do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em Porto Alegre. A petista disse que Bolsonaro é o "pior presidente" do mundo.

"Essas eleições mostram duas coisas. Mostram a força política das mulheres, mas também mostram a consciência elevada das mulheres que não se deixam convencer por aquele que é, talvez, o pior presidente não só do Brasil, mas o pior presidente para o seu próprio povo de todo o mundo", criticou Dilma.

Dilma colocará faixa presidencial em Lula? Em seu discurso, Edegar Pretto, candidato do PT ao governo gaúcho, afirmou que será a ex-presidente Dilma quem colocará a faixa presidencial em Lula após a eleição, caso o petista seja o vitorioso. "Sabem quem vai estar na rampa esperando o Lula? A nossa coração valente. É a Dilma que vai colocar a faixa presidencial no presidente Lula".

Quem mais esteve no ato? O ato contou com discursos acalorados de apoio ao ex-presidente Lula, que se sentou ao lado da esposa Janja da Silva. O coordenador da campanha de Lula, senador Randolfe Rodrigues (Rede), e a ex-deputada Manuela d'Ávila enalteceram a força das mulheres durante seus discursos.

Outras lideranças políticas também discursaram durante o ato, como a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, o senador Paulo Paim (PT), o ex-ministro Tarso Genro (PT) e Olívio Dutra, candidato do PT ao Senado.

Como está a disputa com Bolsonaro? Segundo pesquisa do Datafolha, divulgada na quinta-feira (14), Lula segue na liderança com 45% as intenções de voto. Em segundo lugar, o presidente Bolsonaro tem 33%. A margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos.

Pela pesquisa, o ex-presidente não poderia vencer no primeiro turno, já que o total de votos válidos (que desconta nulos e brancos) é o considerado pela Justiça Eleitoral para a definição do pleito, e o petista não atingiu mais de 50% nesse levantamento, mesmo considerando a margem de erro. Lula tem 45% dos votos contra 48% dos adversários.

Em um cenário de segundo turno, a pesquisa apontou que Lula mantém a liderança, com 54%. Já Bolsonaro tem 38% das intenções de voto.

Critica ao adversário. Mais cedo, para jornalistas, Lula criticou o governo de Bolsonaro, chegando a citar o termo "milicianos". "Esse país precisa voltar à normalidade. Os milicianos que se apoderaram do poder desse país, criaram um comportamento na sociedade", disse. Não há, porém, comprovação de relação de Bolsonaro com milicianos.

"Outro dia, agrediram jornalista, ofendem a Suprema Corte. Pela primeira vez na história do Brasil, estamos vendo um presidente não cuidar do orçamento do país, que é função dele", completou Lula.