Bombas de Boston foram feitas em apartamento que suspeito vivia com a mulher, diz TV

As bombas usadas no atentado que matou três pessoas e feriu mais de 260 durante a Maratona de Boston no último dia 15 de abril foram feitas no apartamento que o suspeito Tamerlan Tsarnaev dividia com sua mulher e filha, afirmou uma fonte da Justiça americana à "CNN".

Os investigadores agora querem saber se a viúva de Tamerlan, Katherine Russell, sabia algo sobre o atentado. De acordo com o advogado dela, Amato DeLuca, a jovem de 24 anos não sabia de nada e ficou "em choque" quando descobriu o envolvimento do marido.

Desde o atentado, Katherine se encontra na casa de seus pais em Rhode Island. A polícia ainda investiga o ela e Tamerlan discutiram durante um telefonema realizado algumas horas depois que o FBI identificou os irmãos como suspeitos do ataque.

Tamerlan morreu não muito tempo depois da ligação durante um tiroteio com a polícia. Seu irmão Dzhokhar Tsarnaev foi capturado horas depois em um barco escondido no quintal de uma casa em Watertown, Massachusetts, cidade vizinha a Boston.

Katherine, filha de um médico, começou a namorar Tamerlan na Universidade de Suffolk. De acordo com seu advogado, ela teria se convertido ao islamismo e se casado com ele em 2010. DeLuca informou por meio de um comunicado que sua cliente está disposta a colaborar com as investigações.

"Katherine e sua família continuam profundamente tristes com o dano que foi causado", disse DeLuca no comunicado. "Eles choram pela perda de vidas e as terríveis consequências que esses eventos tiveram para aqueles que foram feridos e para suas famílias."

Nesta semana, o DNA de uma mulher foi encontrado em pelo menos uma das bombas usadas no atentado. Os investigadores ainda não identificaram a quem pertence o código genético e se a pista significa que uma mulher esteja envolvida no crime.

O FBI, no entanto, já recolheu sacolas com evidências, algumas com amostras de DNA, da casa onde mora a viúva de Tamerlan Tsarnaev, em Rhode Island.

Atentado seria em 4 de julho

Os irmãos Tsarnaev, suspeitos de serem os autores dos atentados em Boston do último dia 15 de abril, tinham previsto inicialmente detonar as bombas em 4 de julho, Dia da Independência dos Estados Unidos, mas mudaram de planos depois que os explosivos ficaram prontos antes da data.

Boston celebra uma das maiores festas nesse feriado nacional, com um espetáculo de fogos de artifício que concentra até meio milhão de pessoas.

Segundo o jornal "New York Times", estas revelações foram feitas por Dzhokhar, detido e hospitalizado quatro dias depois dos atentados durante a maratona de Boston após uma espetacular perseguição.

Dzhokhar confessou, segundo a imprensa, antes que lhe fossem lidos os direitos aos quais pode recorrer todo detido nos EUA, conhecidos como "Miranda Rights". O atraso de três dias foi justificado com uma exceção em casos de terrorismo.

Segundo o jornal, os dois irmãos chegaram inclusive a considerar a possibilidade de realizar atentados suicidas com os explosivos.

Uma vez finalizados as bombas, montadas em duas panelas de pressão, os irmãos Tsarnaev decidiram colocá-las na reta final da maratona de Boston, realizada no Dia do Patriota, feriado em Massachusetts.

Outros envolvidos

Outros três suspeitos de envolvimento no atentado foram presos nesta quarta-feira (1º) acusados de conspiração, por obstruir a Justiça e por ter dado declarações falsas

Dois deles são cidadãos do Cazaquistão, identificados como Dias Kadyrbayev, 19, e Azamat Tazhayakov, 19.  Os dois cazaques tinham sido detidos anteriormente por autoridades da imigração norte-americana por suposta violação dos termos de seus vistos. No caso da Maratona de Boston, eles jogaram fora um laptop e uma mochila que pertenciam a Tsarnaev.

O outro envolvido é o americano de Cambridge Robel Phillipos, 19. Todos eles eram ou tinham sido estudantes da Universidade de Massachusetts Dartmouth, onde Dzhokhar Tsarnaev também estudava.

Segundo a promotoria, Tazhayakov e Kadyrbayev podem pegar penas máximas de cinco anos de prisão e pagamento de multa de US$ 250 mil. Phillipos pode ser sentenciado a oito anos de prisão e a pagamento de multa no mesmo valor dos outros dois estudantes. (Com Efe)