"Mãe, eu te amo", disse suspeito de atentado em Boston antes de morrer
Tamerlan Tsarnaev, 26, suspeito do atentado em Boston, falou com a mãe antes de ser morto por policiais durante um tiroteio em Watertown, cidade próxima a Boston, na última sexta-feira (18). Em entrevista por telefone à emissora norte-americana "ABC News" nesta segunda-feira (22), Zubeidat Tsarnaeva disse que o filho falou "Mãe, eu te amo" e a ligação foi cortada.
Tamerlan ligou para a mãe na sexta-feira alertando-a que a policia estava atrás dele e do irmão.
Saiba mais sobre os russos suspeitos dos ataques em Boston
Os dois suspeitos apontados pelo FBI como responsáveis pelas explosões da Maratona de Boston foram identificados como sendo os irmãos Dzhokhar A. Tsarnaev, 19, e Tamerlan Tsarnaev, 26. Os dois são russos, provenientes de uma região próxima à Tchetchênia, e residentes legais nos Estados Unidos há no mínimo um ano.
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"A polícia começou a atirar em nós, eles estão nos caçando", o filho teria dito a Zubeidat.
Tamerlan disse ainda que o irmão Dzhokar Tsarnaev, 19, estava junto dele. Desesperada, Zubeidat disse ter começado a chorar e a gritar. Mais tarde, uma de suas filhas ligou para avisá-la que o filho havia sido morto.
Suspeito é interrogado
Dzhokar, único suspeito das explosões na Maratona de Boston capturado, deve ser denunciado por crimes federais já nesta segunda-feira (22), enquanto permanece hospitalizado sob vigilância armada, com graves ferimentos. A imprensa americana informou na noite de domingo (21), que ele já está consciente e responde a perguntas por escrito, mas a polícia de Boston não confirma a informação.
Tsarnaev, que está internado no hospital Beth Israel Deaconess e recebe tratamento para ferimentos graves sofridos durante a perseguição, é o principal suspeito por trás das duas explosões de segunda-feira passada, (15) que deixaram três mortos e 180 feridos na linha de chegada da Maratona de Boston. Ele foi capturado com ferimentos na garganta. As autoridades esperam sua recuperação para interrogá-lo.
O canal "NBC News", que citou fontes da investigação federal, informou que, apesar de uma lesão na garganta que o impede de falar, o jovem estava começando a responder as perguntas dos investigadores.
A "ABC News" afirmou que Tsarnaev estava respondendo "esporadicamente" por escrito e que os investigadores questionam sobre outros membros potenciais de células terroristas ou outros planos de explosões.
O jornal "USA Today", que também cita autoridades, afirma que Tsarnaev está consciente e responde por escrito. Além disso, destaca que os investigadores consideram a possibilidade do ferimento no pescoço ter sido executado pelo próprio jovem.
Ed Davis, chefe de polícia de Boston, havia afirmado mais cedo que o jovem estava em condição "crítica, mas estável".
Caçada humana
A captura de Tsarnaev, na noite de sexta-feira (19), encerrou uma caçada humana que praticamente paralisou a região metropolitana de Boston durante cerca de 20 horas.
Capa dos jornais dos EUA
Os investigadores estão tentando apurar, entre outras coisas, se os dois irmãos agiram sozinhos. O prefeito e o chefe de polícia de Boston dizem acreditar que sim.
Davies disse à "CNN" que os investigadores descobriram pelo menos quatro bombas não detonadas, uma delas semelhante aos dois dispositivos montados em panelas de pressão que explodiram junto à linha de chegada da Maratona de Boston.
Por causa disso, as autoridades suspeitam que os irmãos Tsarnaev ainda planejavam cometer outros ataques.
Também está sendo investigada a viagem que Tamerlan fez à Rússia no ano passado, o que pode esclarecer se ele se envolveu com ou sofreu alguma influência de separatistas chechenos ou extremistas islâmicos.
Os irmãos migraram há uma década do Daguestão (região russa de maioria muçulmana) para os EUA.
Vizinhos da família em Makhachkala, capital do Daguestão, disseram que Tamerlan manteve-se discreto durante os seis meses que passou lá no ano passado, ajudando seu pai a reformar um apartamento.
A Rússia já informou aos EUA que havia observado Tamerlan, e em 2011 o FBI o interrogou. Esses fatores, junto com a viagem, motivam especulações de que algum sinal de alerta teria passado despercebido.
Um grupo que promove uma insurgência islâmica contra a Rússia disse no domingo que não está em guerra contra os EUA, e que nada teve a ver com os atentados em Boston. A insurgência no Cáucaso está relacionada a dois conflitos separatistas da Chechênia que foram esmagados por Moscou nas últimas duas décadas. (Com agências internacionais)
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