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Relatório confirma que sequestrador de Cleveland se matou na prisão

Do UOL, em São Paulo

03/12/2013 17h09

O sequestrador Ariel Castro, que manteve em cárcere privado por uma década, em sua casa em Cleveland (Ohio, EUA), três mulheres norte-americanas, se suicidou na prisão, aponta um relatório divulgado nesta terça-feira (3).

Condenado à prisão perpétua em agosto de 2013, Castro foi encontrado morto em sua cela, aos 53 anos, em setembro, e chegou a cogitar-se falha da equipe de segurança da cadeia. O relatório do Departamento de Reabilitação e Correção de Ohio confirma agora o que já havia indicado o laudo de um médico legista: o sequestrador se matou dentro da cela, segundo publicado pela agência Reuters.

Uma primeira avaliação policial sugeriu que Castro poderia ter morrido acidentalmente ao praticar um tipo de autoasfixia erótica, mas uma revisão seguinte das autoridades de Ohio determinou que “todas as evidências disponíveis indicaram que houve suicídio”. Essa revisão recomenda ainda que a prevenção de suicídios em cadeias deve ter treinamento mais rigoroso dos funcionários e maior envolvimento das equipes de saúde mental com os presos de alto perfil.

Castro declarou-se culpado em mais de 900 acusações, incluindo sequestro, estupro e assassinato após três mulheres e uma menina de seis anos de idade, de quem ele era pai, fugirem do cativeiro em maio deste ano. Amanda Berry, 27, Gina DeJesus, 23, e Michelle Knight, 32, estavam desaparecidas há quase 11 anos.

A vigilância anti-suicídio para Castro na prisão havia sido suspensa em junho, mas o sequestrador deveria ser checado por guardas a cada 30 minutos. 

Relembre o caso

Em maio deste ano, as três vítimas de Castro --as jovens Amanda Berry, 27, Gina DeJesus, 23, e Michelle Knight, 32-- conseguiram escapar da casa de Castro, onde foram mantidas em cativeiro por dez anos. Ele foi preso logo depois de Berry chamar a polícia pelo telefone de um vizinho.

Desaparecidas entre 2002 e 2004, quando tinham 14, 16 e 20 anos, todas aceitaram caronas de Castro, um ex-motorista de ônibus. Durante o período de cativeiro, Castro se aproximou da família de uma de suas reféns e chegou a participar de uma vigília organizada quando ela estava sumida.

O ex-motorista também é acusado de provocar ao menos cinco abortos em uma das mulheres, que foi espancada e passou fome até perder os bebês.

Durante o julgamento, Michelle Knight, 32, deu um depoimento emocionado afirmando que Castro "a fez viver 11 anos em um inferno".

Um memorando detalhado dos atos de Castro, apresentado pela promotoria pública, afirmava que as jovens não tinham acesso ao único banheiro da casa, localizado no primeiro andar. "Elas só tinham acesso a banheiros de plástico nos quartos. Eles eram esvaziados com pouca frequência", afirmou o documento. Segundo o promotor, Castro usava o "frio do porão" e o "calor do sótão" como técnicas de torturar as vítimas. (Com Reuters e AP)